Os Estados Unidos sugeriram que a Turquia enviasse os seus sistemas de defesa aérea S-400, comprados da Rússia, para a Ucrânia, mas Ancara rejeitou a oferta por afectar a sua independência nacional, disse o ministro das Relações Exteriores da Turquia, Mevlut Cavusoglu, nesse Domingo (7).
Em Abril de 2021, os EUA excluíram a Turquia do programa F-35 depois que Ancara comprou os sistemas de defesa aérea S-400 da Rússia.
O presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, disse mais tarde, naquele ano, que Washington ofereceu que Ancara comprasse jactos F-16, uma geração atrás dos F-35. No entanto, o acordo precisa da aprovação do Congresso dos EUA, com muitos legisladores a se oporem fortemente à iniciativa.
“Houve várias propostas dos EUA considerando os S-400.
Disseram-nos: ‘Dê-nos o controlo’. Esta é uma proposta que afecta a nossa independência. Onde está a nossa independência então? […] Até nos ofereceram o envio deles [S-400] para a Ucrânia, mas dissemos que não podíamos”, disse Cavusoglu à emissora turca Haberturk.
A Turquia assinou um contrato com a Rússia para a compra dos sistemas de mísseis anti-aéreos S-400 no valor de USD 2,5 biliões em 2017, com opção de compra de outro lote.
Pelo contrato, o primeiro lote deveria ser uma compra directa, enquanto a entrega do segundo regimento também previa troca de tecnologia, produção conjunta e integração de software.
O primeiro regimento dos sistemas de mísseis anti-aéreos S-400 foi entregue à Turquia em 2019.
Em Agosto de 2022, Moscovo disse que o fornecimento do segundo regimento também estava em andamento.
No entanto, a entrega foi adiada em Março de 2023 devido à objecção de Ancara a uma cláusula que proíbe a revenda do equipamento para terceiros países, informou a mídia turca.