Pelo menos 150 militares angolanos foram ontem enviados ao Lesotho para uma missão de contingência que visa pôr cobro ao conflito político-militar, que se vive naquele país. A missão tem uma duração prevista de seis meses.
POR: Iracelma Kaliengue
O contingente será constituído por cerca de mil homens, incluindo soldados, polícias e peritos civis. Estão integrados neste grupo forças de Angola, África do Sul, Namíbia e Suazilândia, segundo fez saber o chefe da Missão o comandante Sabino Sahara durante o acto de despedida.
O comandante afirmou, na ocasião, que a missão é de caracter preventivo e de apoio às forças militares do Lesotho para a estabilidade e manutenção da paz, dentro do território do reino do Lesotho, no âmbito da política externa de cooperação bilateral e multilateral da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC) Por sua vez o Ministro da Defesa Nacional, Salviano de Jesus Sequeira, que dirigiu a cerimónia de despedida aos soldados angolanos, afirmou que Angola, na qualidade de presidente do Órgão de Concertação Politica, Defesa e Segurança da SADC, integra a missão com o objectivo de contribuir para a estabilidade política e de segurança do reino do Lesotho.
Fez saber ainda que ao longo da trajectoria política, Angola beneficiou da solidariedade de outros povos do mundo, na luta pela conquista da liberdade e afirmação no concerto das nações, porém, aponta esta missão como uma oportunidade, para agradecer a quem apoiou o país no passado. Declarou, entretanto, que a missão a que Angola se pospôs marca a primeira, no âmbito das operações de apoio a paz no quadro de uma organização regional e no âmbito da carta das Nações Unidas.
“Trata-se de uma missão em que o efectivo angolano deverá honrar a nação angolana com o mais elevado sentido de dever, observando o rigor, a competência, o espirito de ajuda e a disciplina para o cumprimento da missão com louvor”, enfatizou.
A decisão de enviar uma força de manutenção de paz para o Lesoto foi tomada a 15 de Setembro último, em Pretória, numa cimeira sub-regional, que mandatou o Secretariado Regional da SADC, em Gaborone (Botsuana), a preparar uma missão técnica de avaliação para analisar a logística necessária. Os resultados da missão técnica foram apresentados na cimeira de chefes militares da SADC que decorreu a 06 de Novembro, em Luanda, tendo ficado decidido o envio de uma força de cerca de mil homens.
Ainda em Setembro do ano em curso os países membros da SADC e o Lesoto decidiram que existia uma “necessidade urgente” de apoiar aquele reino a restaurar a lei e ordem e criar um ambiente de paz conducente à implementação
de reformas sancionadas por aquele organismo. Nesta altura ficou acordado o orçamento para o batalhão de 77,7 milhões de randes. Quantia não confirmada ainda por Angola.
Ministro da Defesa confere posse a oficiais das FAA
Um total de 29 efectivos das Forças Armadas Angolanas (FAA) foram empossados ontem 30 de Novembro, numa cerimónia orientada pelo Ministro da Defesa, Salviano de Jesus Sequeira. Os oficiais foram recentemente nomeados para outros cargos de responsabilidade nos órgãos de serviços da Casa de Segurança do Presidente da Republica, do Ministério da Defesa Nacional e das Forças Armadas Angolanas. Foram nomeados e empossados cinco tenentes generais, um vice-almirante, dezanove brigadeiros, e quatro contra-almirantes.