As primeiras eleições autárquicas, com realização prevista para 2020, foram o mote de um acto de massas promovido pela UNITA, sob orientação do presidente do partido, Isaías Samakuva, nas comunas da Katata e Cuima
Texto de: Jorge Fernandes, no Huambo
Isaías Samakuva falou ontem com os militantes da UNITA em duas comunas da Caála, na província do Huambo, e explicou o que pensa sobre eleições autárquicas, a sua importância, assim como a posição do partido em relação ao gradualismo, embora reconheça ser um imperativo constitucional, mas defende que as eleições autárquicas devem ser realizadas em todo o país e em simultâneo. Realçou ser importante que o povo perceba quais são os seus direitos e, concomitantemente, os seus deveres, de modo a que possa exigir das autoridades aquilo que não está a ser feito como devia ser.
O essencial é passar a mensagem sobre esse processo que o país vai viver pela primeira vez em 42 anos de Independência e 16 anos de paz, mas os cidadãos devem compreender que o que está a ser feito deverá ser em benefício das populações, e não segundo interesses partidários de uns ou de outros, defendeu Samakuva.
O contacto com os militantes do “Galo Negro”, de acordo com o seu presidente, despertou o seu interesse, de modo que foram deixadas orientações expressas para que haja contacto directo com os cidadãos de um modo geral, para que compreendam mais sobre o “fenómeno” politico que o país se prepara a viver.
Por outro lado, sobre a questão do gradualismo, Isaías Samakuva insistiu que reconhece tratar-se de um princípio constitucional e que o seu partido tem o dever de o respeitar, ao mesmo tempo que também tem o dever de impedir aquilo que a constituição disser que é distorcido.
“O que a constituição diz sobre o gradualismo, no nosso entendimento, diz respeito ao o gradualismo funcional, o que quer dizer que as autarquias devem ser implementadas em todo o país simultaneamente, mas a transferência de poderes deve ser gradual”, ressaltou.
Acrescentou que é neste quesito onde reside o e devem ser encontrados consensos, ao nível da administração central, para que a mensagem a ser passada ao cidadão seja uniforme para que não o venha a confundir. Saliente-se que os militantes da Katata e Cuima mostraram-se receptivos e optimistas quanto a implantação das autarquias durante a mensagem deixada pelo presidente Isaías Samakuva.