O Sindicato dos Jornalistas Angolanos (SJA) defende separação “das águas”
entre ser jornalista e apresentador de entretenimento
Texto de: Norberto Sateco
Ainstituição defensora dos interesses da classe jornalística considerou, esta Quinta-feira (05), em Luanda, despropositada a iniciativa de um grupo de estudantes universitários que visava eleger a jornalista mais bonita.
Teixeira Cândido, sectetáriogeral do Sindicato dos Jornalistas Angolanos, em exclusivo a este jornal, assevera que a referida gala “não acrescenta nenhum valor e autoridade profissional as supostas jornalistas concorrentes”.
O sindicato criticou igualmente a confusão que se tem gerado na sociedade angolana, particularmente neste caso, em relação à destrinça entre apresentador de entretenimento e jornalista.
“Não se deve confundir apresentadoras de programas de entretenimento, pois a Lei sobre o Estatuto dos Jornalistas (Lei n.5/17, de 23 de Janeiro) é conciso quanto à definição de quem é jornalista (Artigo 2), ” reitera o Sindicato dos Jor-nalistas Angolanos.
Outrossim, aquela agremiação aplaudiu o desinteresse demonstrado por algumas das supostas concorrentes escolhidas porque não foram previamente consultadas. “Falámos com algumas colegas da TPA que revelaram não terem sido contactadas, embora aquela estação televisa tenha acusado a recepção do convite para este mesmo evento” explicou Teixeira Cândido.
Entretanto, outros órgãos de comunicação social citados na condição de “Media Parter” da referida iniciativa demarcaram-se da mesma sob alegação de não terem sido contactados. Organização admite estar na contramão
O coordenador do projecto
“Gala Palanca Negra”, Mauro Ananias, reconhece ter havido erro na escolha da temática, agravada pela alegada má-fé de determinadas pessoas que a divulgaram sem que fosse objecto de análise e decisão dos membros da organização do evento.
“Deixamos saír algo que não era para rolar ao público, pois estávamos numa fase de estruturação e de debate, a ver se a ideia era boa ou não”, justificou-se, acrescentando que a intenção era eleger a beldade africana, já que o evento esteve agendado para Maio, o mês do continente africano.
“Nós erramos na expressão Jornalista Mais Bela, quando, no fundo, queríamos enaltecer as que têm maior audiência, no quadro das celebrações do Dia de Africa. Por isso é que as concorrentes veem dentro do desenho do continente” explicou- se Mauro Ananias.
Questionado sobre os critérios adoptados para qualificar as supostas concorrentes como jornalistas, e se as mesmas teriam sido contactadas, Mauro Ananias, rejeitou tecer qualquer informação. Esclareceu não ter havido intenção alguma de condicionar o brio profissional das mesmas, tendo prometido tornar pública uma nota de pedido de desculpas.
O assunto teve mais impacto nas redes sociais, tendo gerado várias críticas contra a organização e as alegadas ambiguidades demonstradas. “Este é o problema da mania de misturas e da ignorância” comentou um internauta e também jornalista conceituado.