O director do SIC em Luanda descartou a existência de mandantes do crime como se propala nas redes sociais. Três dos cinco supostos autores da morte da jornalista da TPA e do seu motorista são da República Democrática do Congo e o quarto do Congo Brazzaville. Todos vivem ilegalmente em Angola.
POR:Milton Manaça
O Serviço de Investigação Criminal (SIC) e a Polícia Nacional em Luanda confirmou, ontem, que a eliminação física de Beatriz Fernandes e Jomance Muxito teve como causa o furto da viatura em que seguiam as vítimas, tal como noticiou este jornal na última edição.
O director provincial do SIC, Amaro Neto, descartou na conferência de imprensa, que serviu para a apresentação de cinco supostos envolvidos, a existência de mandantes do crime da jornalista da Televisão Pública de Angola (TPA) e do jovem assassinados no dia 26 do mês findo.
O sub-comissário Amaro referiu que, atendendo às investigações até agora efectuadas, nada indicia que por detrás deste crime haja mandantes, tal como se propalou em vários grupos das redes sociais. “Estamos diante de um crime de roubo com concorrência de homícidio e nada nos dá qualquer indício de haver um
mandante.
Por isso, outras informações que vão sendo veiculadas não têm sustentação”, descartou Amaro Neto. A alta patente da Polícia acentuou que em momento algum os marginais conheciam as vítimas que seguiam na viatura Toyota Prado, com chapa de matrícula LD-99-81-FL, cor branca, propriedade de Beatriz Fernandes.
Esta versão foi também apresentada por dois dos cinco supostos marginais apresentados, Marciano Eduardo (Gui) e Ambrósio Kitoco (Pai Sol). Contaram que inicialmente a viatura alvo era um I 20, que saiu da rota por eles pretendida e entrou numa unidade hoteleira. Com os outros três detidos, designamente, Ndeku Nzinga, Makalo Lubanza e Lando Bicokisila, todos da República Democrática do Congo, os mesmos reconheceram que fazem parte do grupo que raptou, violou sexualmente e finalmente pós fim à vida das duas vítimas.
Grupo com perfil internacional Um dos supostos meliantes declarou que o grupo, que vinha praticando vários assaltos em Luanda, é constituído por nove elementos, entre nacionais e estrangeiros. O sub-comissário Amaro Neto revelou a este jornal que dois dos acusados já possuem antecedentes criminais, tendo já passado na Comarca de Viana como presos.
O oficial superior realçou que esses cidadãos estrangeiros já vivem em Angola há muito tempo e ilegalmente, e que os mesmos vêm praticando crimes em outros países da África, como a Namíbia, RDC, Zimbabwe e África do Sul. O acto de apresentação interrompeu, por vários minutos, o expediente no Comando Provincial da Polícia, durante os quais os agentes e trabalhadores civis aproveitaram visualizar os acusados, dado que o caso tornou-se muito mediático.