O director provincial da Educação no Namibe declarou, Quinta-feira, que a onda de insatisfação levantada por alguns encarregados de educação, motivada pelo elevado índice de reprovações que se verificou em algumas escolas da província, não é justa
Por: João Katombela, na Huíla
Em uma entrevista concedida em exclusivo a OPAÍS, Francisco Pacheco esclareceu que o que ocorreu é um procedimento normal que visa comprovar a qualidade dos resultados dos anos lectivos anteriores. O responsável referiu que o objectivo do procedimento adoptado pela Direcção Provincial da Educação no Namibe consiste em manter a aposta na qualidade e evitar o favorecimento de notas a alguns alunos.
“Todos os anos nós temos feitos a avaliação dos resultados, e, nessa altura, o que se pretendeu foi certificarmo-nos dos resultados dos anos anteriores, comparados aos deste ano lectivo, para saber se os resultados eram positivos apenas, ou positivos significativos, uma vez que estamos todos a primar pela qualidade. Para se ter essa qualidade, é necessário rever os métodos que temos utilizado, comprometendo alunos e professores”, declarou.
Entretanto, durante a semana, muitos pais e encarregados de educação manifestaram o seu descontentamento pelo elevado índice de reprovações registado em algumas escolas da província. Muitos desses encarregados de educação, entrevistados pela Televisão Pública de Angola (TPA), atribuem o “massivo” grau de reprovações à troca de professores durante a realização dos exames finais.
O director provincial da Educação no Namibe desdramatiza tal situação, dizendo que a TPA exagerou na abordagem do assunto, uma vez que muitos resultados ainda estão por apurar, já que ainda existem pautas por afixar. “Alguns ainda não assimilaram essa velocidade, ou essa responsabilidade de olhar para os resultados buscando a qualidade e não a quantidade.
É assim que, para evitar o favorecimento de notas aos alunos, nós tivemos que trocar alguns professores, bem como as direcções, como tem sido hábito nos exames.
Nessa altura, o professor não teve contacto com as notas finais, então, com as médias de avaliação contínua (MAC) que eles traziam, claro que muitos deles (os alunos) achavam que as notas que traziam das MAC poderiam facilitar-lhes, porém acabaram por caír na prova de exame que tem o peso de 60 por cento”, elucidou.
Por outro lado, Francisco Pacheco explicou que os resultados apresentados pela TPA não correspondem à realidade do sector da Educação na província, uma vez que ainda se encontram na fase de compilação das pautas.
O director da Educação assegurou que os resultados já publicados não serão alterados, pois servem de indicador para uma melhor gestão do processo de ensino-aprendizagem para os próximos tempos.