Um homem de 33 anos de idade perdeu a vida em consequência de uma descarga eléctrica atmosférica, na comuna de Kapunda Kavilongo, município da Chibia, província da Huíla.
POR: João Katombela, na Huíla
Tudo aconteceu quando Vipunda José Seculo abrigava- se das chuvas torrenciais na sua residência que se abateram no dia 5 do mês em curso, na província da Huila. A casa em que se encontrava foi acertada por um raio que o atingiu, provocando morte imediata. Esta informação foi anunciada pelo porta-voz dos Serviços de Protecção Civil e Bombeiros (SPCB), 3º subchefe, Inocêncio Hungulo, durante o balanço das actividades daquele órgão do Ministério do Interior, ao longo dos últimos sete dias.
O incidente ocorreu às 17horas, no bairro Nombeu, na localidade de Kapunda Kavilongo, município da Chibia. “O Comando local do SPCB tomou conhecimento da morte por descarga eléctrica atmosférica, de Vipunda José Seculo, de 33 anos, natural de Quipungo”, disse. Já no município de Quipungo, concretamente na localidade de Cainda, uma outra descarga eléctrica atmosférica, atingiu uma manada de bois, tendo causado a morte de dez animais.
Jamba Mbapolo, de 53 anos, proprietário da manada que foi atingida por este fenómeno natural, disse a OPAÍS que no município de Quipungo têm ocorrido muitas descargas eléctricas atmosféricas, pelo que pede a intervenção do governo. “Temos estado a perder muito gado em épocas de chuva com as descargas eléctricas. Além das pessoas também tem morrido muitos animais, por isso pedimos ao governo que instale pára- raios nas zonas de pasto”, recomendou.
Cidadã resgatada de poço de 30 metros
Segundo Inocêncio Hungulo, o (SPCB) resgatou, no mesmo dia, de um poço de aproximadamente 30 metros de profundidade, uma mulher de 26 anos de idade. Baseando-se nos depoimentos dos familiares de Joaquina Manuela, o porta-voz explicou que ela sofre de perturbações mentais, o que originou a sua queda no poço, localizado no município de Caluquembe. Em consequência das fortes chuvas que se fazem sentir em toda província da Huíla, nos últimos dias, 20 residências ficaram parcialmente destruídas no município de Caconda, deixando ao relento igual número de famílias. O mau tempo causou ainda, na mesma localidade, o desabamento total de uma igreja.
Instalação de para-raios requer-se
O engenheiro Olívio Sacaia Fernandes defende a criação de condições para a delimitação de áreas onde se possa instalar pára-raios, de modo a evitarem-se mortes resultantes de fenómenos naturais. “É urgente e necessário que as administrações locais comecem a preocupar- se com a instalação de pára-raios em zonas onde as chuvas, trovões e relâmpagos são frequentes, a fim de não se perderem mais vidas humanas, como tem acontecido um pouco por todo o país”, disse o académico, realçando que tal trabalho devia solicitar o estudo de vários especialistas.
Olívio Sacaia justificou a necessidade de envolvência de pessoas versadas em diferentes áreas do saber, para acautelar possíveis consequências. O entrevistado se mostra indignado com o que classifica como desatenção, ao saber que não existem planos anunciados sobre medidas de precaução para casos em que a chuva dura três ou quatro dias.
“Não se diz onde é que as pessoas devem ficar, quando chove, que instrumentos não devem usar, o tratamento que devem dar ao telemóvel e outros electro-domésticos”, detalhou o engenheiro, acrescentando que as normas existentes são ignoradas. A título de exemplo, o engenheiro referiu que a exigência da plantação de árvores por parte dos cidadãos que executam obras de construção civil está a ser bastante banalizada.