A tripulação da embarcação “Boa Esperança”, avistada pela última vez na tarde de Sábado, no município da Baía Farta, província de Benguela, continua desaparecida no mar. As buscas decorrem desde Segunda-feira, porém, até ao final do dia de ontem, os marinheiros não tinham sido encontrados
Por: Zuleide de Carvalho, em Benguela
A Sul da Baía Farta, no bairro Farol das Salinas, familiares de António Dunga, Daniel Cândido, Quintas Canivete e Xadré Mucaca, aguardam que regressem à terra firme, que o mar os devolva são e salvos.
Os quatro marinheiros embarcaram no “Boa Esperança”, para mais uma pescaria, no Sábado, devendo demorar 20 horas no mar. Porém, hoje é o sexto dia, a contar da sua partida e, permanecem com paradeiro incerto.
Como resposta às três ocorrências registadas pelas autoridades marítimas de Benguela no passado mês de Outubro, tendo um dos naufrágios resultado em mortes, um grupo multidisciplinar foi desta vez criado para intervir.
Da equipa de intervenção fazem parte a Direcção Provincial das Pescas, a Marinha de Guerra, a Polícia Fiscal, a Capitania do Porto do Lobito, a Polícia de Guarda Fronteiras e o SME Procura-se, e nada se encontra, “Já deveriam aparecer”, enunciou o responsável pela segurança marítima da costa Benguelense. Pela demora, é provável que os pescadores se tenham desviado da rota planificada, pois, caso contrário, já teriam sido encontrados, deduziu Mário Campos.
O barco da Direcção Provincial das Pescas, regressando do Namibe, desde Segunda-feira tem estado no oceano. Esteve para passar a noite de ontem em alto-mar, tendo a sua chegada à terra marcada para a manhã de hoje.
Sabe-se também que uma lancha da capitania do Porto do Lobito tinha previsão de retornar ao cair da noite de ontem. Caso não trouxesse os pescadores perdidos, nova equipa deverá partir hoje para o mar. “O Sul já foi totalmente vasculhado”, assim, segundo a capitania do Porto do Lobito, a zona marítima a Sul de Benguela já foi esmiuçada, sem que fossem encontrados vestígios dos quatro marinheiros da Baía Farta.
Contudo, “as buscas continuam”, garantiu na tarde de ontem Mário Campos, chefe de segurança marítima da Capitania do Porto do Lobito, declarando também, que hoje irá ao mar, coordenando as operações de procura dos desaparecidos. Por seu turno, essa demorada espera pelos quatro homens perdidos em alto-mar tem afligido cada vez mais os seus familiares, contudo, o armador do barco, Domingos Teleno, acredita na sua reaparição em vida.