O Tribunal de Comarca do Lubango inicia, hoje, o julgamento do padre acusado de difamação e calunia contra outros membros do clero católico, com destaque para o seu responsável máximo, Dom Gabriel Mbilingui e o cidadão Baptista Tyiloia
Para hoje, a sessão de audiência está reservada ao interrogatório dos acusados, declarantes e algumas testemunhas arroladas ao processo que tem, à testa, o presidente do Tribunal Interdiocesano e Vigário Judicial da Arquidiocese do Lubango, Padre Abrão Tyipa.
O processo resulta de uma queixa-crime apresentada pela Arquidiocese do Lubango em 2022, à Procuradoria-Geral da República, contra o seu chanceler, padre Abrão Tyipa e o proprietário da empresa Casa Fácil, Baptista Tyiloia, por calúnia e difamação. Em causa estão acusações de sabotagem e desvio de bens destinados à igreja
Representada pelo Reverendo Dom Gabriel Mbilingui, a Arquidiocese do Lubango apresentou uma queixa-crime contra o padre Abraão Tyipa e o cidadão Baptista Tyiloia, por supostamente terem feito várias comunicações desde as redes sociais, órgãos judiciais e Eclesiásticas alegando que Dom Gabriel Mbilingui e alguns padres afecto àquela arquidiocese, comandados pelo padre Américo Gomes, estarem a sabotar o Projecto Agro-Pecuário Arquidiocesano e a desviar bens da Igreja.
Na altura, o arcebispo reconheceu ser vítima de um embuste devidamente arquitectado por parte da empresa Casa Fácil, representada por Baptista Tyiloia, sob assistência do reverendo Padre Abraão Tyipa, através do projecto de doação a ser implementado nas terras aráveis da Missão Católica do Kuvango.
Fundados na boa-fé e na suposta idoneidade que a parceira tanto aparentava, o acordo foi firmado, e assinado pelo reverendo padre Faustino Tyipatuca, na qualidade de responsável da Missão do Kuvango , local de execução do projecto, fazendo parte da equipa arquidiocesana o economato, e por parte da parceira Baptista Tyiloia, na qualidade de representante da empresa, com deveres e obrigações das partes devidamente definidos.
Segundo a queixa-crime, a que o jornal OPAÍS teve acesso, assim que começou o projecto, a equipa do economato, indicada para agir e acompanhar em nome da arquidiocese, foi impedida e afastada de trabalhar com Baptista Tyiloia e, em substituição, este adoptou o reverendo padre Abraão Tyipa, que é vigário judicial como seu assistente.
POR:João Katombela, na Huíla