A Agência Nacional de Acção contra Minas (ANAM) registou, nos últimos dois anos, um total de 68 acidentes com engenhos explosivos, a nível nacional, que resultaram na morte de 73 pessoas, enquanto outras 108 ficaram feridas
Criada em 2022, a Agência Nacional de Acção contra Minas busca advogar e criar políticas para a mobilização de recursos financeiros a nível internacional e nacional para apoio às vítimas.
No seu plano de acção, o maior desafio do país continua a ser a desminagem das províncias mais contaminadas, localizadas no interior, principalmente a nordeste, leste e sudeste e, sobretudo, no Bié, Moxico e Cuando Cubango, pela natureza e dimensão dos campos minados aí existentes.
Segundo Jean Jack Cortez, chefe de departamento de Gestão de Risco, foram registados 68 acidentes, que resultaram em 108 feridos e 73 mortes. ANAM diz que espera que, depois de 2025, a desminagem, na maioria das províncias do país, seja concluída.
Com o actual nível de contaminação de aproximadamente 70.000.000 de metros quadrados e uma produtividade média anual de 10.000.000 metros quadrados, prevê-se que a desminagem em Angola seja concluída dentro de sete anos.
Jean Jack Cortez disse que registam acidentes com minas nas províncias de Luanda, Namibe, Moxico, Malange, Huíla, Huambo, Cuando Cubango, Cuanza-Sul, Bié, Bengo. Mas, actualmente, a província do Cuando Cubango está com maior número de acidentes.
“Estamos a trabalhar na actualização do plano estratégico de acção contra minas e implementação de estratégias contra contaminação residual. Está em curso a elaboração do novo pedido de prorrogação do artigo 5.°, e neste documento estão contidas informações para a problemática de todos os campos minados conhecidos, redução de acidentes com minas e outros engenhos explosivos”, disse.
A agência prevê que, até 2025, esteja concluído o projecto diagnóstico socioeconómico às vítimas de engenhos explosivos, sejam feitas visitas e encontros de coordenação às províncias e divulgada a Norma Nacional classificada por 13.10, elaboradas as políticas de deficiência e de género, bem como assegurado o desenvolvimento das capacidades institucionais dos operadores.