A unidade fabril, projectada numa área de 10 mil metros quadrados, vai consumir, diariamente, 30 toneladas de sal, tendo uma capacidade instaladas de 100 mil litros, correspondendo a 100 toneladas ao dia, e já tem assegurado 15 por cento do valor total, tecnicamente chamado de down payment (pagamento inicial), garantido em equipamentos para a instalação.
Em nome do grupo Adérito Areias, Tânia Areias assegura que as outras partes do financiamento serão disponibilizadas à medi- da da execução do projecto. A empresária refere que a fábrica vai inverter um cenário de gastos com a importação.
Ela recorda que, em 4 anos, o país gastou 600 milhões de dólares na importação dos produtos, ao sustentar que está à vis- ta um projecto com uma cadeia de valores com foco em outros sectores, com destaque para o petroquímico na refinaria do Lobito e as fábricas de têxteis em Benguela.
Em termos de postos de trabalho, “são 45 postos de trabalho directos e 500 a mil indirectos. Teremos, portanto, muitos nichos de mercado”, indicou.
Os promotores do projecto admi em que a fábrica é uma espécie de réplica de uma outra a qual visitaram, em Espanha, cujo terreno, em termos de área de implantação(10 mil metros quadrados), na- da fica a dever à Calombolo Química – como vai ser conhecida a unidade fabril.
Mário Rui salienta que, ao dia, a fábrica vai consumir 30 toneladas de sal. Essa matéria- prima não vai constituir preocupação, porque o empreendimento vai ser erguido justamente dentro do perímetro de uma das três salinas do grupo. “A produção de sal aqui da Baía, só desta salina, são 27 mil toneladas/ano.
Como sabem, temos mais duas. Das três esta é a a mais pequena. Mas, como estamos aqui próximos, só vamos consumir sal desta salina”, admite, ao dar conta que alguns técnicos angolanos vão ser enviados à Espanha para formação.
O director do projecto, engenheiro Mário Rui, garante estar tudo assegurado, em termos de financiamento. Não dispusesse de garantia jamais teriam decidido arrancar com o projecto.
Ele diz que o financiamento é disponibilizado directamente à empresa que vai oferecer todo o material.
“ Existe um plano de pagamento e, a partir deste plano, está absolutamente garantido”, frisou o engenheiro civil, esperançado de que não hajam constrangimentos ao longo do percurso e deixar claro que, pela natureza do financiamento, o Grupo Empresarial Adérito Areias não tem acesso ao dinheiro.
Assegura terem sido feitos estudo de impacte ambiental e tranquiliza que a única coisa que as chaminés vão expelir para atmosfera é hidrogénio, sendo esse o que mais existe no ar. “Não vai sair absolutamente mais nada”, disse, ao projectar gastos de 1.5 megawatts de energia eléctrica.
Promotores já espreitam mercado da SADC
A fábrica, a primeira em Angola e a segunda na África Austral, abastecerá Angola e os chamados países encravados, nomeadamente a Zâmbia e a República Democrática do Congo, por via do Corredor do Lobito, mediante o aumento das necessidades de consumo.
O engenheiro António Pacheco, da Smartfrio, que forma um consórcio com uma empresa portuguesa, garantiu, pois, que estão salvaguardadas as questões ambientais, e reforça a tese avançada por Mário Rui de que das chaminés só se vai libertar mesmo hidrogênio, pedindo, por isso, que as pessoas não se alarmem com a instalação do projecto.
A primeira fábrica só fica concluída a 17 de Maio de 2026 e os pro- motores já projectam a segunda, a ser erguida na cidade capital, Luanda, a pensar no aumento da oferta aos países vizinhos.
O engenheiro Mário Rui não avança, por enquanto, datas para a implantação da segunda, mas garante ter já tudo preparado. “Já temos terreno…Não queríamos arrancar com as duas ao mesmo tempo, dar um passo maior que a perna. Vamos arrancar com essa e, depois, vamos pensar na outra, que vai ser na zona do Ramiro”, disse.
POR:Constantino Eduardo, em Benguela