As doenças que se destacaram foram os transtornos neuróticos secundários, stresse e somatomorfos com 57% dos casos, seguidos dos transtornos de humor, com 19,3%, e os transtornos associados à disfunção fisiológicas ou somáticas, com 10,5% casos.
O coordenador provincial do Programa Saúde Mental e Abuso de Substâncias, afecto ao Gabinete Provincial de Saúde de Luanda, Sebastião Kinguati André, afirmou que o fardo das perturbações mentais continua a aumentar, com o impacto significativo na saúde e consequências devastadoras a nível social e económico.
Tudo isso resulta em impacto crítico no desenvolvimento económico e no bem-estar das pessoas. A faixa etária mais acometida é a dos 24 aos 40 anos de idade, com uma representação de 58, 2% do género masculino e género feminino com 60%.
As razões para o surgimento de transtornos mentais são multi- factoriais, tendo em conta que cada indivíduo é um indivíduo, pelo que se reportam diferentes tipos de factores tais como hereditariedade, ambientais, psicológicos, nutricionais, entre outros.
De acordo com Sebastião Kinguati, a província de Luanda é uma localidade que emana para questões de resiliência em função da exposição ao stresse, que se regista desde que o cidadão se levanta da cama, isto porque o vizinho entendeu festejar a noite toda, por exemplo, ou na estrada, onde o trânsito é complicado, entre outros factores que levam as pessoas a desenvolverem o transtorno.
“Os municípios mais críticos e que reportaram mais casos, em pacientes em seguimento nas consultas de psiquiatria e psicologia, foram Luanda, Viana e Kilamba Kiaxi”, frisou Sebastião Kinguati.
Disse ainda que, em locais de trabalho, se regista em função do esgotamento emocional que muitos colaboradores apresentam, fruto de excesso de trabalho, carga horária, condições laborais, conflitos laborais, os níveis de irritabilidades, que actualmente são assustadores, e acabam por com- prometer a produtividade.
Assim sendo, os gestores devem não apenas olhar naquilo que são as obrigações ou os objectivos a serem atingidos, mas avaliar a condição mental ou saúde mental dos colaboradores, criando espaços para terapia ocupacional, dinâmicas de grupo, actividades lúdicas, interativas, que venham a despertar o bem-estar emocional e psicológico.
Janeiro branco, mês dedicado à conscientização da saúde mental
O coordenador provincial do Programa Saúde Mental e Abuso de Substâncias, Sebastião Kinguati André, contou que, com a campanha ‘Janeiro Branco’, se pretende proporcionar à população um conjunto de informações, de modo que cada um possa tomar decisões sobre o que é a saúde mental e saiba prevenir-se da patologia.
“Por outra, o mês de Janeiro é uma época que a maioria das pessoas passa por sentimento de solidão, isolamento e começa, de facto, a desenhar um ano promissor ou com grandes possibilidades de falhas.
O programa ‘Janeiro Branco’ vem desafiar estas pessoas a desfrutarem do momento de reflexão, cura e descanso, com a finalidade de lembrar que a saúde mental é um dos mais importantes factores para a qualidade de vida”, disse.
O programa provincial de saúde mental e abuso de substâncias realizará uma campanha com objectivos de conscientizar sobre a importância da saúde mental, quebrar tabus e estigmas relacionados aos transtornos mentais, incentivar a busca por tratamento psicológico preventivo, promover a reflexão sobre o bem-estar emocional, estimular a mudança de hábitos em relação à saúde mental, oferecer apoio e orientação sobre cuidados psicológicos, criar um espaço para discussões e debates sobre saúde mental.
A campanha integra actividades mais voltadas para a psico-educação da comunidade em geral, na prevenção dos transtornos mentais, e terá a sua abertura no dia 10 de Janeiro de 2025, no auditório António Maria, do Gabinete Provincial de Saúde de Luanda.
O evento integrará a 1.ª edição do workshop “Janeiro Branco”, que vai decorrer sob o lema “cuide da sua mente, saúde mental importa”. Terá uma roda de conversa sobre a importância de cuidar da saúde mental, consultas e triagens psicológicas nas escolas, empresas, distribuição massiva de folhetos informativos e a 1.ª edição da feira provincial de saúde mental e abuso de substâncias.