Entre os elementos estão Domingos Gabriel Muegália, irmão mais velho, Crescenciano Campamba, Arão Rufina Eduardo Calalá, amigo, Adelino Cabulombo Bacia, efectivo da polícia nacional, com a patente de sub-inspector, colocado no comando da polícia nacional no Huambo, amigo, Francisco Gunga e Pedro João da Cunha, o último indivíduo é funcionário do Ministério da Justiça, colocado na loja do registo do Huambo, o mesmo facilitou em sede de vários contactos a emissão de um novo boletim de nascimento do cidadão João Gabriel Délcio (Joel), líder da rede.
Os indivíduos foram detidos por tentativas de comissão de crimes graves, outros já consuma- dos e outros tentados, tais como associação criminosa, tráfico, detenção e alteração de armas e munições proibidas, posses de substâncias explosivas, tóxicas e asfixiantes, bem como a falsificação de documentos.
Os sete indivíduos estão detidos, por via de suas fontes, entre os quais dois fazem parte do centro de desminagem da província do Huambo, o mesmo também é o local de armazenamento de explosivos. O cidadão Joel, por via do seu contacto com o seu irmão e um amigo, adquiriu granada do tipo de mão, quer ofensivas e defensivas, de várias origens, entre as quais russas, alemãs, inglesas, portuguesas, muitas das quais nunca antes utilizadas pelas Forças Armadas Angolanas.
De acordo com Manuel Halaiwa, em função do trabalho levado a cabo, permitiu deter em flagrante delito o irmão do líder na província do Huambo, no dia 3 de Novembro de 2024, sendo que de forma sequencial foram os demais elementos detidos.
“O Joel, tendo-se apercebido da detenção do seu irmão, precipitou a sua fuga, em companhia da sua esposa, da província do Huambo para Luanda e, a partir da capital do país, estabeleceram uma nova rota de fuga, que foi utilizado para além das suas várias hospedagem próximo de aeroporto em alguns aldeamentos e hospedaria, na zona do Mártires foi criada as condições, através de um cidadão pertencente as FAA, seu amigo, para embarcar via voo militar para a província da Huíla”, apontou.
Na sequência, seguia para a província do Cunene, concretamente na fronteira com a Namíbia, e pretendiam sair do país, porém, as forças, no âmbito do seu monitoramento, foram capazes de acompanhar o seu percurso e de seguida deter, no momento em que pretendia sair do país com a sua família, isto no dia 9 de Novembro de 2024.
Depois das detenções e do trabalho investigativo, se determinou que o Joel estava ligado a uma fonte de financiamento de várias pessoas, quer singulares, quer colectivas, que efectuavam financiamento por via de uma conta bancária da mãe da sua esposa, apesar de ser já falecida, tinha as contas no banco Sol e BFA, os depósitos eram feitos destas contas e a esposa, por ser uma funcionária bancária, conseguia transferir os vários recursos. Para custear as despesas de deslocação do líder, no interior do país como no exterior, nas contas foram depositados vários montantes, acima de 100 milhões de kwanzas, com várias proveniências nacionais e estrangeiras.
Os indivíduos já estão detidos nas cadeias da província do Huambo, onde lhes foi aplicada a medida de coação mais gravosa, a de prisão preventiva. Joel, na sua de- tenção, foi encontrado com 10 explosivos, conta que pagou por cada um 30 mil kwanzas, os outros 60 foram atirados pelo rio na sua rota de fuga.
Pontos alvos
Na província de Luanda, os locais que foram identificados pelo grupo subversivo para os possíveis ataques, constam a refinaria de Luanda, os reservatórios de combustíveis da Sonangol, assim como o Palácio Presidencial e a Assembleia Nacional.
Para além destes objectivos estratégicos, o grupo pretendia atingir uma outra instituição que é a embaixada dos Estados Unidos da América, podendo os destroços afectar directamente o local em que estaria hospedado o Presidente dos Estados Unidos da América, na altura, Joe Biden, o Hotel Inter- continental.
A par dos locais identificados a nível de Luanda, também na província do Huambo foram identificados alguns locais pela rede criminosa, designadamente, a subestação eléctrica, na zona de Belém, os reservatórios de combustíveis da Sonangol naquela província e o edifício sede do SIC regional.
“Olhando para o cenário previsível e que seriam atingidos através de detonação, com explosivos concretamente de mão, tais como granadas ofensivas e defensivas, que serviriam para detonar os objectivos estratégicos e também instituições na véspera da visita de Joe Biden a Angola, os ataques seriam no primeiro momento da visita”, aclarou.