A autuação deu-se ao abrigo da «Operação Relâmpago», sendo que os inspectores do DIIP se fizeram ao local movidos por uma denúncia. Momentos antes, conforme dados em posse deste jornal, agentes do Comando Municipal da Baía-Farta tinham desenvolvido uma micro-operação no espaço, tendo permitido descobrir a zona precisa onde decorria a prática descrita pela PN como sendo ilegal.
No local, foram encontradas enormes quantidades “de material de informática e comunicação”, segundo Tchiwale, acrescentando que tais materiais dão fortes indícios fortes de que se estaria diante da actividade ilícita de criptomoedas.
“Foi também perceptível o potencial do consumo de energia eléctrica com dois postos de transformação (PT), numa exploração fora da autorização da ENDE, comportamento que configura ilicitude.
A forma como esta infra-estrutura foi construída denuncia a clara intenção desta mesma actividade, que é proibida à luz da Lei número 3/2024, de 10 de Abril “, acusa o responsável.
Agora, em virtude disso, o «falso estaleiro» – como qualificou a Polícia Nacional – está sob vigilância e o material informático, de comunicação e outros estão apreendidos em sede de um processo-crime ora instaurado, de modo que diligências estão em curso para a detenção dos implicados, pois na hora da autuação policial eles não se encontravam lá.
“Neste falso estaleiro, tem algumas funcionárias que só com a nossa intervenção é que descobriram toda infra-estrutura que estava coberta por uma forma de construção, que ludibriava toda e qualquer pessoa que se fizesse presente aqui “, explica.
Ernesto Tchiwale sustenta que actividades do grupo de cidadãos expatriados poderia ter colocado em causa o Sistema Financeiro Nacional, ao mesmo tempo que comprometeria o fornecimento de energia eléctrica à população, em função do potencial de consumo do produto instalado no aludido estaleiro.
“O processo vai correr o seu curso, o DIP vai continuar a trabalhar, para que possamos, obviamente, dar o bom desfecho nesta matéria (…) E assim podermos desencorajar toda e qualquer actividade que se relaciona com a mineração de criptomoedas ou, pelo menos, moedas virtuais”, garante, ao pedir vigilância à população na denúncia de qualquer indicação de actividades dessa natureza, que é de todo lesiva ao Estado angolano.
Apesar de os proprietários e técnicos não terem sido encontrados no local, fontes da PN acreditam que se trate de cidadãos asiáticos, embora a fonte não tenha conseguido precisar a nacionalidade, se é chinesa, vietnamita ou coreana.
Por: Constantino Eduardo, em Benguela