Paciente do Instituto Angolano de Controlo do Cancro (IACC) desde 2015, Sandra Micanda, que diz que inicialmente foi diagnosticada com o cancro da mama, em 2008, e no mesmo ano foi submetida a uma pequena cirurgia no mês de Dezembro, acostumou-se a viver com a doença.
Em 2012, foi submetida à segunda cirurgia, também na mama, mas, depois de três anos, o cancro reapareceu, só depois de ter feito a medicação no centro de oncologia é que se viu livre do cancro da ma- ma temporariamente.
Porém, em 2020, o cancro reapareceu com maior intensidade; foi orientada a fazer uma bateria de exames, isto no Hospital Américo Boavida, e depois de a situação se tornar preocupante, foi encaminhada para o IACC, onde fez outros exames e se chegou a conclusão que tinha de retirar a mama. Para tal, tinha antes de ser submetida a um novo tratamento; foram feitas as diligências e se deu início à nova medicação.
Em finais de 2021, começou o tratamento, mas, em Janeiro de 2022, foi parar no Hospital Psiquiátrico; ficou parada cinco meses, depois deste período, retomou a quimioterapia, que posteriormente a encaminhou para a cirurgia de modo a retirar a mama, isto em Março de 2023. De acordo com Sandra Micanda, neste mesmo período, foi ainda diagnosticada com o cancro do útero, pelo que tinha de ser removido, e o fez e tinha de fazer também radioterapia – que não fez por falta de equipamentos, uma vez que as má- quinas estavam avariadas.
De lá até ao momento, a situação tem vindo a se alarmar, ainda não se fez a radioterapia e Sandra Micanda está debilitada, tendo em conta que se encontra em cadeira de roda e precisa de ajuda para se locomover. Sandra Micanda lembra que o seu quadro de saúde apresentava anomalias depois do parto do seu quinto filho, no mês de Agosto.
O menino rejeitava o seio da mãe, até porque não saía leite, mas sim pus. Deixou de amamentar o filho e aguardou até que conseguisse se locomover, porque o parto foi cesária, tendo este momento de espera se alastrado até ao mês de Dezembro. “Estou a fazer vários tratamentos, mas o cancro não passa, está agressivo. Actualmente, estou com cancro nos ossos, no pulmão, já está também a me abranger o fígado, a coluna, tenho argalhas e uso fraldas.
Às vezes acompanho a Liga da Luta contra o Cancro em algumas actividades, mas vivo triste, por conta da patologia que tenho”, lamentou. Sandra Micanda devia estar internada no Instituto Angolano de Controlo do Cancro (IACC), em função das feridas que tem na bexiga e da hemorragia que saem com pedaços de carne, mas aguarda pelo resultado dos exames de cistoscopia e de biopsia, que provavelmente saem no mês de Dezembro.
De acordo com Sandra Micanda, a instituição hospitalar tem bons técnicos de saúde, porém a deficiente falta de condições de trabalho tem dificultado a resolução de determinadas situações. Apela ao Ministério da Saúde que a ajude a ultrapassar a situação em que se encontra, pois sonha ir ao Brasil na esperança de ver a sua saúde melhorada.