A equipa do FAS, Instituto de Desenvolvimento Local, em companhia de alguns técnicos da Administração Municipal de Marimba e jornalistas de órgãos de comunicação social, como o jornal OPAÍS, TV Zimbo, TPA, Girassol, rádio FM, Ecclésia e a ANGOP, se dirigiam para o município de Marimba para efectuar uma das componentes do programa Kwenda, que seria realizado pela primeira vez nesta localidade.
Para chegar à localidade, que dista a 283 quilómetros da cidade de Malanje, a equipa enfrentou diversas dificuldades por conta do mau estado da via. Logo no início da viagem, que começou às 8h e terminou perto do início da noite, a equipa teve de fazer várias paragens porque a viatura Toyota Land Cruiser ficava presa na lama.
A terra é argilosa, e quando chove, os automobilistas veem-se impossibilitados de circular, pois até as viaturas com tração ficam presas ao ponto de serem socorridas por tractores. Numa das paragens, encontramos José César, junto do seu camião avariado já há dois dias.
Sem muitas possibilidades de recuperar o veículo naquele meio, o cidadão que vinha de Marimba para a cidade de Malanje disse que, no caminho, encontrou uma viatura entalada e, ao procurar usar a outra faixa, não teve sucesso e a cruzeta do carro partiu.
José César transportava Bombó (mandioca seca) de Marimba para a cidade sede de Malanje. Conta que o trajecto não tem sido fácil, em função do mau estado da via, pelo que faz três a cinco dias para chegar.
Por isso, apela a quem de direito que procure ultrapassar esta situação, nem que seja apenas para fazer uma terraplanagem, que melhora bastante o percurso. Alistou ainda outros obstáculos, como as ravinas, águas paradas e buracos, para além da argila quando chove.
No bairro da Xiquita, a caravana fez uma pequena pausa, onde conversou com João Baptista, mecânico, que tem andado em companhia do motorista do camião com o qual faz o trabalho de transportar mercadoria de cidade de Malanje à comuna do Tembo a Luma, município de Marimba.
Este profissional disse que frequenta a via há mais de 20 anos, e confirma a existência de todos os obstáculos possíveis. Normalmente, sai da cidade de Malanje sem previsão de um tempo exacto de quando vai chegar ao município da Marimba, pois a viagem que, se a via estivesse boa levaria um dia, actualmente faz cinco dias ou mais.
Segundo João Baptista, durante o percurso há zonas que precisam necessariamente da ajuda de um tractor para passarem, várias vezes teve de fazer uma paragem no bairro para diminuir a mercadoria que levava, sob pena de perdê-la.
“Fomos informados de que mais em frente a via está muito degradada, e com a quantidade de mercadoria que estávamos a levar correríamos o risco de a perder, se seguíssemos viagem assim. Tivemos que nos desfazer dela”, disse, João Baptista.
Uma das donas da mercado- ria que João Baptista transportava é Luísa Quibembo, comerciante que saiu da cidade de Malanje, com destino à comuna do Tembo a Luma. Ela concorda que as péssimas condições da via têm dificultado a sua actividade comercial. Luísa conta que, para a mercadoria chegar ao seu destino, actualmente tem de desembolsar 150 a 200 mil kwanzas, e no tempo seco, o frete fica pela metade do valor.
Administração promete melhorias depois das chuvas
Por seu turno, o administrador municipal de Marimba, Sebastião Moçambique, afirmou que uma das metas para o quinquênio é a melhoria das vias de acesso, sendo a sua localidade a jurisdição que regista as maiores dificuldades a nível da província de Malanje.
“No passado, a região tinha duas comunas, actualmente, com a nova divisão administrativa, conta apenas com uma, Tombo a Luma, onde os trabalhos estarão virados, até porque a localidade faz fronteira com a República Democrática do Congo”, disse o administrador.
Sebastião Moçambique assegurou que, a partir dos próximos meses, as obras de melhoria, da via cidade de Malanje até ao município de Marimba, irão arrancar tão logo termine o período de chuvas.
Apesar de não precisar em quanto está avaliada a obra, Sebastião Moçambique disse que as empresas encarregadas já estão identificadas e garantem que este ano começam com os trabalhos. De acordo com o administrador, por semana, três a quatro camiões do tipo kamaz se dirigem à comuna do Tembo a Luma, transportando mercadorias e pessoas, e na sede do município da Marimba estes dependem de pequenas viaturas que fazem o serviço táxi.