Diagnosticada com o cancro do intestino grosso, em 2020, Gisela dos Santos, de 42 anos de idade, na altura estava grávida, situação que considerou muito complicada. Ainda assim, fez a primeira cirurgia no Hospital do Prenda, no mesmo ano, no mês de Fevereiro, de- pois passou a usar o saco de colostomia durante 18 meses.
A primeira cirurgia foi realizada de emergência, tendo em conta que a equipa médica não sabia ao certo o que ela tinha, tendo- lhe sido informada apenas que tinha uma massa cinzenta (fezes) e líquidos na cavidade abdominal.
Durante a operação, foi encontrado o tumor com raízes, pelo que foi necessário retirar o útero para fazer uma limpeza geral e para não correr o risco de voltar; os médicos a aconselharam que fizesse a quimioterapia.
Fez o tratamento de quimioterapia numa unidade sanitária privada durante seis meses e, depois, voltou a fazer a segunda cirurgia que foi de reconstituição dos intestinos. Por conta da medicação que fez, o seu filho nasceu com problema de audição, numa percentagem de perda de 70%, mas, por se descobrir cedo, o desenvolvimento é satisfatório.
Gisela dos Santos frisou que inicialmente sentia dor no abdómen, na cabeça, tudo que comia tirava (através de vómitos). como estava grávida, associou isso com os sintomas da gestação. Já curada da patologia, Gisela dos Santos alerta toda mulher que não tenha receio e faça consultas, tendo em conta que a doença existe, é silenciosa e mortal. Actualmente, está apenas a fazer o processo de controlo da patologia.
Em fase terminal da patologia e com esperança de vida de um ano, ex-paciente de cancro do colo do útero, Cacilda Jaime, cidadã angolana, foi-lhe diagnosticada a doença no Reino Unido, onde residia. Inicialmente sentia muita dor de bexiga e, na primeira consulta que fez, o médico disse que tinha pedras nos rins.
As pedras que eram do tamanho de um feijão, depois de dois meses, ficaram da dimensão de uma laranja. Por conta disso, foi necessário fazer vários exames e ficar internada, porém não tinha um especialista para lhe acompanhar, pelo que teve de sair do hospital e esperar em casa.
Passados três meses, o tamanho aumentava até que ficou da dimensão de uma melancia. De acordo com Cacilda Jaime, parecia uma mulher grávida de seis meses, pelo que voltou a ser internada e, no dia seguinte, teve de ser operada. Depois da cirurgia, o médico observou que o tumor tinha um furo.
Assim sendo, a equipa médica decidiu fazer testes nos quais confirmaram tratar-se de um cancro. Depois da cirurgia, fez a quimioterapia, num período de três meses e, a posterior, os médicos informaram que não precisava mais de continuar com o processo.
“O meu caso é um milagre, fui diagnosticada com cancro do colo do útero e disseram- me que viveria apenas um ano. Até ao momento, já se passaram quatro anos desde o diagnóstico e tenho apenas que agradecer a Deus e a todos aqueles que oraram por mim. Me considero uma mulher de fé, pois acreditei e estou curada”, sublinhou Cacilda Jaime.
Cacilda Jaime foi diagnosticada em 2019 com o cancro do colo do útero e, no mês de Março de 2020, foi curada. Actualmente, aconselha as mulheres a fazerem o teste para constatar a saúde do útero.
Na zona onde residia fazem mensalmente teste do género, mas infelizmente ignoravam o exame, desconhece o tempo em que estava com a potologia, ape- nas sabe que, quando foi diagnosticada, já se encontrava no estágio 3, a passar para o 4 – considerado terminal. Lembra que sentia muita dor de bexiga e cansaço, porém não prestava atenção aos sinais, inclusive no acto sexual também sentia desconforto, mas relacionava com a dor de bexiga.
“Aconselho a fazerem o teste do útero a partir dos 18 anos de idade, assim como o da mama, tendo em conta que ele (o cancro) não tem cor, nem idade, nem status social. Sobretudo a dinâmica actual da vida, em que nos alimentamos mais à base de comidas industrializadas, inclusive legumes e frutas também já se cultiva com produtos químicos, é importante redobrar a atenção”, frisou Cacilda Jaime.
Vacinas contra o cancro do colo do útero começam a ser aplicadas em Janeiro
inicialmente prevista para começar em novembro do corrente ano, a campanha de vacinação contra o Vírus do Papiloma Humano (HPV) começa, efectivamente, em Janeiro de 2025, estando o mês de novembro do corrente ano reservado para a campanha de sensibilização, segundo a confirmação dada ao jornal OPAís pela porta-voz do Ministério da saúde, Heny de sales.
Aquela responsável disse que as meninas serão vacinadas, mas antes há a necessidade de ser feita uma campanha de sensibilização, que começa no próximo mês de novembro. segundo o MINSA, o objectivo continua a ser o de reforçar as acções de prevenção e protecção das meninas, entre os nove e 12 anos de idade, contra o cancro do colo do útero, por isso esta campanha de imunização que será feita, em todo país, em Janeiro.
Recorda-se que no dia 16 de setembro, em Luanda, o MinsA recebeu 1,4 milhões de doses da vacina contra o cancro do colo do útero e, na altura, a ministra da saúde, sílvia Lutucuta, disse que “temos que trabalhar na prevenção, porque o cancro do colo do útero é o segundo cancro no seio das mulheres”.
A titular da pasta disse ainda que em 2025 a vacina fará parte do calendário nacional de vacinação. Lutucuta apelou, por outro lado, às famílias angolanas e às igrejas para a mobilização contra este grande mal, destacando que a vacina é segura, salva vidas e muito eficaz e não tem efeitos colaterais. O governo angolano com a realização desta campanha estima imunizar cerca de 2.136.009 meninas e adolescentes.