A população animal de cães vadios continua a preocupar as autoridades sanitárias. A médica Priscila Margareth Garcia defende a ideia de que quem não tem condições não deve criar animais de estimação, como cães, gatos e macacos, pois os animais vadios são os que mais atacam nas ruas.
Na mesma senda, alinhou o supervisor do Centro de Saúde de Cacuaco, António Ernesto. Este técnico disse que, nos últimos anos, naquela circunscrição, os números de mordeduras têm aumentado devido ao crescimento de cães vadios
. “Não temos como os travar, porque estão na rua”. Entretanto, assegurou, o município de Cacuaco tem vacinas antirrábicas suficientes e são grátis.
António Ernesto referiu que, hoje, há mais consciência sobre “quem vender vacinas poder ser responsabilizado”, referindo-se aos técnicos de saúde.
Para os criadores de animais de estimação, a vacina de rotina, fora das instituições hospitalares públicas, chega a custar mais de 12 mil kwanzas, cada dose mensal, de acordo com Gaudêncio Zua, criador de cães.
Com base nos registos do Centro de Processamento de Dados Epidemiológicos (CPDE) do Ministério da Saúde, no relatório referente a 2023, a província de Luanda teve 74 casos de raiva, Cuanza-Sul (29), Bié (22), Huíla (17), Benguela e Cunene (15), Uíge (11), Cuanza-Norte (9), Lunda-Norte e Huambo (7) e Malanje (5), pois são as que engrossam a lista de casos de mordeduras. A raiva é uma das zoonoses mais antigas e perigosas que persiste em todos os continentes.
O Dia Mundial da Luta contra a Raiva é assinalado a 28 de Setembro como forma de incentivar o combate à doença e, ainda, consciencializar as pessoas sobre a importância da prevenção.
Segundo os especialistas ouvidos por este jornal, a vacinação é a forma mais eficaz de prevenir a raiva, protegendo os animais, mas também os humanos, sobretudo as crianças.
No mundo, uma estratégia global foi criada, a qual Angola também aderiu, para o controlo da epidemia por meio da educação das pessoas, e garantir a eliminação da raiva no mundo até 2030.
A meta foi estabelecida pela Organização Mundial de Saúde Animal (OIE), com anuência da Aliança Global Contra a Raiva (GARC), a Organização Mundial da Saúde (OMS) e a Organização das Nações Unidas para a Agricultura (FAO).
Por: José Zangui