As histórias de Cristina Sebastião, Engrácia Luamba e Juliana Júlio coincidem, por terem um denominador comum: o Kwenda. Estas mulheres, domésticas, mostram-se satisfeitas com o recebimento das transferências sociais que comporta o referido programa.
Cristina utiliza parte do valor para aumentar a produção da sua lavra, o remanescente vai comprar alguns utensílios para a casa, tais como cadeiras, mesa, bacia, balde e outros.
Engrácia comprou colchão, cadeiras, baús para organizar as roupas de suas filhas, e, com o dinheiro actual, vai aplicar na aquisição de sementes agrícolas para aumentar e diversificar a produção na sua lavra.
Juliana comprou um fogão e uma botija de gás (12 quilos), e ainda deu para aplicar o valor para a compra de sementes. Agora vai comprar panelas e mais coisas para o uso familiar.
Com o trabalho que os ADECOS têm desenvolvido desde o início do programa Kwenda, as famílias sentem-se com maior dignidade, já que o dinheiro lhes tem permitido construir residência, comprar alguns artigos, custear estudos, comprar sementes, etc.
Por seu turno, o director provincial do Instituto de Desenvolvimento Local (FAS), Gomes Golambole, referiu que o programa Kwenda, a nível da sua localidade, continua a dar os seus passos, sendo que sete dos 14 municípios já estão inseridos, nomeadamente Cambundi Catembo, Luquembo, Quirima, Cuaba Nzogi, Calombo, Marimba e Calandula.
A nível da província, já estão cadastrados e pagos 40 mil e 780 agregados familiares, em quatro municípios. Dos quatro municípios, cada um recebeu a primeira, segunda e terceira prestações e, no município de Calandula, estão a ser beneficiados com a terceira e a quarta prestações 17 mil e 163 agregados familiares, distribuídos em 470 aldeias, cinco comunas.
Cada família está a receber 66 mil kwanzas, correspondente a seis meses. Gomes Golambole disse que, até ao momento, na província de Malanje, já foram desembolsados três mil milhões e 158 milhões e 63 mil kwanzas, valor que pode estimular a economia local e melhorar o nível de vida das comunidades.
Para além da componente da transferência social monetária, está a ser desenvolvida também a de inclusão produtiva, que é uma das mais fortes, tendo em conta que ostenta o agregado familiar, identifica, selecciona e financia as actividades geradoras de renda. Esta componente já está a ser desenvolvida em três municípios: Quirima, Cambundi Catembo e Luquembo.
Nestas localidades, estão identificadas cinco associações de camponeses e cinco caixas comunitárias, cada uma delas será potenciada com sete milhões de kwanzas.
Isto vai permitir que as famílias tenham o seu rendimento e o banco comunitário para fazer o circuito financeiro, com possibilidades de fazer crédito, desde que apresente um plano de negócio fiável, e a cooperativa poderá apoiar tecnicamente, dando imputes para fomentar a sua actividade.
Os desafios para o desenvolvimento do programa Kwenda continuam a ser os mesmos, o difícil acesso, isto porque a maioria das aldeias se encontra afastada da sede do município; a distância de uma localidade a outra pode levar um dia de viagem, para além da falta de comunicação.
Gomes Golambole defende que as pessoas não têm culpa do lugar onde se encontram, a sua equipa é que deve se adaptar ao contexto, criar logística e condições para lá chegar, assim sendo conta com apoio do governo provincial, ADECOS, administração, autoridades tradicionais, entre outros.