A IESA reúne, neste momento, em Benguela, perto de mil jovens provenientes de vários pontos do país para, durante cinco dias, abordar tema relativo aos «Jovens e os desafios do século XXI».
O presidente da IESA diz ter sido necessário juntar jovens, uma vez que, nos últimos tempos, alguns cenários apontam para um certo imediatismo por parte da camada juvenil. Arruaças, alcoolismo, vandalismo de bens públicos, para citar apenas estes, são, de entre outros, temas em voga geralmente imputados a jovens, os quais a IESA quer combater, fazendo recurso ao evangelho, na perspectiva de mudar o coração humano.
O presidente da IESA, instituição que vive a jornada dos 127 anos, reprova práticas dessa natureza, porém sinaliza que, mais do que responsabilizar criminalmente e, por conseguinte, prender o infractor, se afigura necessário trabalhar na personalidade.
Sustenta com o facto de os jovens, quando apanhados, serem encarcerados, depois soltos, volta-e-meia, voltam a cometer a mesma prática, ficando com a sensação de que eles gostam de estar preso. O problema do vandalismo é um assunto que, nos últimos tempos, tem merecido várias reflexões ao mais alto nível.
Do a três anos de vida a dois, daí haver a necessidade de fazer-se profundas reflexões, no sentido de inverter o quadro. “Há menos divórcios para os adultos. Quando falo adulto, estou a falar daqueles que se casaram há mais de cinco anos, mas há muitos daqueles que casam agora”, realça, tendo associado os inúmeros problemas sociais à situação dessa natureza. “Famílias desavindas.
Temos o problema da feitiçaria. Jovens que dormem no cemitério. Hoje já ouço dizer de tala digital. Isso significa que o próprio jovem já evoluiu.
O feiticeiro de hoje não é aquele que tem cabelo branco”, considera. Um outra situação que preocupa a Igreja tem que ver com a migração. Jovens há que, por se verem a braços com problemas sociais, abandonam o país à procura de melhores condições de vida fora da terra natal. A eles, o presidente da IESA adverte: “Nós estamos a dizer: Não adianta migrar.
Aqui, quem nos comeu a carne, tem que nos comer os ossos. É aqui que eu devo trabalhar. Vamos lutar. É aqui que eu devo trabalhar”, aconselha o responsável nacional da IESA. A IESA abriu, em Benguela, uma cruzada eucarística, que decorre no recinto do desactivado Aeroporto 17 de Setembro, é um evento que congrega jovens, cujo palco é o complexo da Igreja, no vale do Cavaco.
POR:Constantino Eduardo, em Benguela