O período de chuvas já começou e, até ao momento, não há registo de consequências graves, mas, tendo em conta os prejuízos do ano passado, em que houve registo de mortes, alguns governos provinciais estão a desenhar planos de contingência para se evitar registos catastróficos e perdas humanas
As províncias do Bengo, do Bié, de Benguela e do Huambo, são algumas que já apresentaram o quadro do ano chuvoso passado e o que estão a fazer para evitar, sobretudo, perdas humanas e desalojamentos de famílias.
Na província do Bengo, de acordo com dados que o Governo local disponibilizou a este jornal, as famílias vítimas das enxurradas dos meses de Novembro e Dezembro, foram reassentadas numa zona mais segura, nos bairros 25 de Dezembro e no Sassa Pedreira.
Outras estão abrigadas em casas de familiares. Segundo o Governo do Bengo, no total foram reassentadas 2.470 famílias, correspondentes a 37. 174 pessoas desabrigadas, no município do Dande. Dos danos causados, o Governo liderado por Maria Antónia Nelumba, destaca ainda 4.508 casas desabadas.
Numa primeira fase, as populações reassentadas beneficiaram de chapas de zinco, moagens, moto-bombas para a sucção das águas entregues pelo governo provincial e de outras instituições.
Nas zonas de reassentamento há abastecimento de água potável, policiamento e, por se tratar do início do ano lectivo, foram construídas escolas provisórias, nas localidades 25 de Dezembro e Sassa Pedreira, para as crianças em idade escolar. Já na província do Huambo, os números das consequências das últimas chuvas preocupam o Governo local.
Foram 136 mortos, 120 feridos e 15 mil pessoas desalojadas, até ao momento, que continuam a viver em situação de vulnerabilidade. Os números aos quais o OPAÍS teve acesso, reportam ainda a destruição de 3 mil residências.
Face aos dados preocupantes, o governo provincial do Huambo definiu novas acções de prontidão para acudir eventuais situações nesta nova época chuvosa, 2024-2025.
Numa reunião da Comissão de Protecção civil local, o governador provincial, Pereira Alfredo, fez apelo à população para que não construam em zonas de curso de águas.
As chuvas também fizeram estragos na província de Benguela. Segundo as autoridades locais, o município do Lobito é o que mais preocupa, por haver grandes possibilidades de receber quantidades de água das chuvas e do mar.
Governo central tem plano para evitar mais mortes
A Comissão Nacional de Protecção Civil (CNPC) anunciou, este mês, em Luanda, que mais de 500 mil famílias devem ser protegidas em todo o país, no âmbito do Plano de Contingência para atenuar os efeitos das chuvas junto da população.
Na ocasião, a Comissão que avaliou a situação climática sazonal, previsão meteorológica e monitoramento da actividade sísmica ou terramotos no país, foi presidida pelo ministro de Estado e chefe da Casa Militar do Presidente da República, Francisco Furtado.
Os participantes procederam, igualmente, ao balanço da época chuvosa 2023/2024. Segundo informações do comandante Nacional do Serviço de Protecção Civil e Bombeiros, Manuel Lutango, o país registou um total de 567 mortes.
Nesta altura estão identificadas um total de 50.850 famílias, que totalizam 228.825 pessoas, em situação de risco. O Plano de Acção para a nova estação de chuvas, visiva mitigar as consequências e proteger vidas humanas.
POR:osé Zangui