Trata-se do projecto de reabilitação do sistema gravítico na localidade de Cuidado, que consiste na construção de uma represa de 50 metros cúbicos e do alargamento da rede de adução numa extensão de 5,4 quilómetros.
O outro projecto consiste na construção de 10 reservatórios em várias aldeias do município, com um furo em cada uma delas e uma rede de 200 a 300 metros de extensão.
O projecto de reabilitação do sistema gravítico está avaliado em 228 milhões de kwanzas, enquanto o de construção dos 10 reservatórios está orçado em 617 milhões e 900 mil kwanzas.
Segundo o secretário provincial de Energia e Águas, Rafael Paca, a rede da adução estará interligada à rede existente de distribuição e vai-se alargar a rede de distribuição para as zonas que ainda não existem. “Essa rede será construída em quarteirões interligados por válvulas.
A capacidade de produção desse sistema gravítico é de 10 metros cúbicos/hora a funcionar 24 horas por dia para tirar da carência de água a vila de Buco-Zau e os bairros em arredor.”
Para abastecer a vila e bairros circunvizinhos, o município tem actualmente em funcionamento um sistema convencional com capacidade para produzir 35 metros cúbicos e um reservatório de 900 metros cúbicos.
“Mesmo tendo problema da qualidade de água por causa da exploração de ouro que é feita ao longo do rio Luáli, conseguimos abastecer uma parte da população de água potável”, referiu Rafael Paca. Para além deste, existe outro sistema gravítico que dá água à população do Mbatasano.
De acordo com Rafael Paca, com os projectos em execução, o governo provincial de Cabinda vai minimizar o problema da falta de água no município de Buco-Zau.
O secretário provincial de Energia e Águas em Cabinda adiantou que, num futuro breve, o sector pretende construir uma Estação de Tratamento de Água (ETA) convencional com capacidade de produção de 100 metros cúbicos/hora a partir do rio Lucucuto.
“Quando aloucarem as verbas, este projecto poderá começar. Por enquanto, vamos com o actual sistema gravítico existente satisfazer as necessidades da população do Buco-Zau.”
No quadro do abastecimento de água às populações rurais, segundo Rafael Paca, foi entregue, recentemente, um sistema de produção com capacidade de produzir 10 metros cúbicos à população de Bombalubinda, constituída por 476 habitantes.
A população de Mbombalubinda já beneficia de água e, através do sistema gravítico, foram lançadas mais de 4 quilómetros, uma extensão que deverá chegar à rede de distribuição da vila de Buco-Zau.
Rafael Paca garante que o sector vai continuar a trabalhar para resolver os problemas de falta de água nas comunidades e nas zonas urbanas e interurbanas. O novo sistema vai coabitar com a antiga rede de distribuição.
Água contaminada
A qualidade de água do rio Luáli, a fonte que abastece esse precioso líquido à população, não é a melhor mercê da actividade de exploração de ouro desenvolvida pelas empresas e pela acção do garimpo no leito.
A situação, segundo Rafael Paca, obriga os técnicos do sector a usar quantidades elevadas de sulfato de alumínio, UK100, cal e hipoclorito de cálcio para purificar a água que vai ao consumo da população.
“Estamos preocupados com a situação da água do rio Luáli, por isso, estamos a investir na implementação dos sistemas gravíticos que acarretam poucos custos em termos de uso de produtos químicos”, referiu Para o administrador municipal do Buco-Zau, Óscar Dilo, o problema da água foi sempre uma das questões levantadas pela população.
“O problema de água no BucoZau é uma dor de cabeça”, afirmou Óscar Dilo, que manifestou satisfação ao ser lançado o projecto gravítico que poderá minimizar a carência de água na região.
“O sistema gravítico ora lançado vem cobrir um grande vazio e uma necessidade para o município”, sublinhou, reconhecendo que há bastante tempo o actual sistema de abastecimento de água se apresenta precário e com pouca capacidade para atender às necessidades do município.
Água turva
Nos últimos dias, a população do município de Cabinda tem-se deparado com a saída de água turva nas torneiras, imprópria para o consumo. Segundo o secretário provincial de Energia e Águas, Rafael Paca, o facto deve-se às intensas chuvas que caem em Cabinda e, quando isso acontece, o nível de turvação da água aumenta, o que obriga ao uso de mais produtos químicos para tratar a água.
Disse que a turvação da água se regista sobretudo na Estação de Tratamento de Água do Sassa-Zau, que abastece água à cidade e aos novos bairros. “Estamos a trabalhar para inverter esta questão ligada à turvação da água e apostar no aumento dos produtos químicos para tratar a água”, referiu, aconselhando a população a ferver a água ou desinfectá-la antes de a consumir.
Rafael Paca assumiu que a insuficiência de produtos químicos não é o factor que influencia a turvação da água, porquanto que em função dos produtos químicos disponíveis é produzida a quantidade de água necessária para satisfazer as necessidades de consumo da população.
Por: Alberto Coelho, em Cabinda