Os números aludidos acima preocupam a direcção da Educação e, por isso, quer ver o quadro inverti- do quanto antes, de modo a assegurar um ensino de qualidade.
Neste diapasão, embora o gráfico tenda a pender para o município do Cubal, a sede da província, no caso Benguela, por ter maior densidade populacional, inspira cuidado das autoridades.
“Em termos percentuais, o município do Cubal lidera o número de escolas com salas precárias, mas, em termos quantitativos, Benguela ainda continua a liderar, tendo em conta a densidade populacional.
Nós estamos a falar de escolas precárias no universo de 45 por cento”, sustenta. Na quarta-feira, 28, o governador provincial de Benguela, Nunes Júnior, procedeu à transferência de cerca de 900 crianças de salas precárias para novas.
Edmundo Salupula revela que 45 por cento das 12. 600 salas de aulas, a nível da província, são precárias, mas antevê aquilo a que chamam de «eliminação» com o Plano Estratégico do Governo Provincial.
“Acreditamos que, no próximo ano, poderemos ter a construção de novas salas de aula, que estão enquadradas neste projecto”, salienta o director do Gabinete da Educação.
O governador começou, recentemente, a radiografar o sector da Educação, naquilo que ficou conhecido como «diagnóstico da realidade» e deu de cara com essa realidade e, em virtude disso, diz ter ficado bastante preocupado, tendo reconfortado o sector da Educação com a construção, no exercício económico de 2025, de novas escolas de aula, ao mesmo tempo que considera alto o número que lhe foi apresentado, o de 45 por cento.
Júnior, que se socorre do OGE para o próximo ano, está consciente de que não vai resolver de uma só vez o problema.
“O passo que demos hoje é que, com essas 10 salas de aula, é permitir que, em três turnos, pelo menos, 1200 alunos tenham acesso a salas de aula com melhor qualidade”, frisou.
Salas precárias prejudicam ensino
O governante sinaliza que os estudos em salas de aulas prejudicam o processo de ensino e aprendizagem, daí se ter manifestado apreensivo em relação ao elevado número de alunos nessa condição. E sublinha que os problemas da educação não se limitam apenas às infra-estruturas, há também a ter em conta a componente da qualidade de ensino. Para inverter o quadro, Manuel Nunes Júnior diz ser fundamental que se aposte na formação contínua de professores.
“Estamos num processo gradual de ir mudando esta situação. O OGE/2025 inclui muitas tarefas, muitos projectos neste domínio e estamos em crer que, com a sua implementação, tiraremos da situação de estar em escola precária número considerável de crianças”, projecta.
Mais salas de aula
O governador de Benguela não revela o número de escolas a serem construídas no exercício económico a que se referiu, todavia sabe-se, à partida, que a província tinha uma lista de encargos de mais 160 projectos inscritos, nos quais constavam escolas.
“Sabe que os projectos, quando entram no Orçamento Geral do Estado, foram previamente estudados com todos aqueles sectores que devem participar na previsão (…) O que estou a dizer aqui é que há vários projectos, nos vários municípios, que vão contribuir para que nos próximos anos haja uma diminuição gradual da quantidade de alunos a estudar em condições precárias”, garantiu.
POR:Constantino Eduardo, em Benguela