Manuel Nunes Júnior, que falava na cerimónia de passagem de pasta, desvalorizou a dificuldade sentida pelo seu antecessor junto do ministério das Finanças no desbloqueio de recursos financeiros na garantia de ritmo mais acelerado para maior parte dos projectos.
Em muitos casos, a Omatapalo, empresa construtora de grande parte dos projectos, com destaque para o Plano de Infra-estruturas Integradas Emergenciais, orçado em 415 milhões de euros, obrigava-se a recorrer a fundos próprios.
Avisado, Manuel Nunes Júnior, que se torna no décimo quarto governador de Benguela, salienta que “não podemos permitir que os processos em curso, que são fundamentais, não encontrem a sua execução por razões que, de algum modo, poderão ser resolvi- dos”, garante.
O governante admite desconhecimento de algumas dificuldades da população, de modo que promete fazer um diagnóstico, a fim de que lhe permita a elaboração de um plano de acção com o qual pensa atacar, na base do slogan definido para a sua governação segundo o qual “Benguela: De município a município rumo ao desenvolvimento”.
“Aquilo que tem que se resolver imediatamente se resolve, aquilo que tem que ser resolvido no médio prazo também seja resolvido”, resume o governante, que promete, por ora, prestar atenção especial às questões relativas ao fornecimento de energia eléctrica e água.
Referiu ainda que existem vários projectos em curso na província, muitos dos quais estratégicos e, por isso, pensa ser imperioso que se assegure a continuidade dos mesmos, considerando também necessário a mobilização de todas as forças vivas da sociedade. Júnior reitera também a necessidade de se prestar especial atenção ao importante projecto do corredor do Lobito.
Cessante gostaria de ter concluído “tudo”
A sociedade quer um Manuel Nunes Júnior comprometido com Benguela, tal como sublinhou, em nome da sociedade civil, o empresário Adérito Areias, num discurso em que não faltaram referências às realizações do governador-cessante, Luís Nunes.
Nesta perspectiva, Adérito Areias solicitou ao novo governador que seja “defensor da nossa terra”, ao acrescentar que, agindo desse jeito, se vão garantir o tão almejado desenvolvimento. Luís Nunes, o governador-cessante disse que gostaria de ter feito mais em prol do desenvolvimento da província, na medida em que tinha desenhado vários projectos para a província, na lógica presidencial de transformar Benguela em «Califórnia».
Porém, apesar disso, reconhece que deu o máximo de si. Quando questionado por este jornal sobre o que gostaria de ter concluído, categórico, respondeu: “tudo”, ao admitir que os recursos financeiros também não ajudaram assim tanto, “mas tentamos ultrapassar. Foi difícil”, explicou o governador-cessante, que ficou conhecido como o “está a falar, está a fazer”.
Intervindo na cerimónia, o agora governador de Luanda diz que, durante os três anos à frente de Benguela, trabalhou para construir as melhores estradas, vias de macro-drenagens, de entre outros. Ele pede, assim sendo, colaboração à sociedade, para quem sozinho ele não vai ser capaz de “transformar Benguela”.
Gestão pragmática
Por sua vez, o ministro da Administração do Território, Dionísio da Fonseca, solicitou à sociedade benguelense o mesmo apoio que se prestou a Luís Nunes durante os mais de três anos à frente dos destinos de Benguela.
O governante, a quem coube a presidência da cerimónia de passação de pastas, espera de Nunes Júnior uma gestão pragmática, tendo como escopo o desenvolvimento da província. De Luís Nunes, Júnior recebeu a chave da província e pastas contendo dossiers relativos ao património, à dívida pública, no período compreendido entre de 2013 e 2021, já remetidos ao Ministério das Finanças, para além das que fazem referência aos projectos em curso.
POR:Constantino Eduardo, em Benguela