O Instituto Nacional da Criança (INAC) continua a registar com frequência casos de abusos sexuais contra menores.
Das 291 agressões reportadas na última semana, os abusos sexuais em crianças, dos três aos 14 anos de idades, cometidos por adultos dos 19 aos 50 anos de idades, fizeram destaques nas províncias de Luanda, Cuanza-Sul, Bié e Malanje.
É na província de Luanda onde a equipa do SOS Criança recebeu um total de 85 denúncias que veio o relato, no município sede, de um caso envolvendo uma criança de 13 anos de idade, que tem sido recorrentemente abusada pelo próprio pai, uma pratica que já dura três anos.
A vítima é órfã de mãe, e vive com o pai e a madrasta e mais três irmãos, nesta cidade. Foi ela, a vítima, quem decidiu pôr fim aos abusos que tem sofrido, denunciando o agressor, no caso o progenitor.
De acordo com a criança, esta situação é recorrente e acontece dentro de casa, pelo que decidiu contar à escola, propriamente às suas professoras e à directora do colégio, os abusos por que passa há três anos.
Chocadas, as professoras accionaram o SOS Criança e formalizaram a denúncia, pelo que o caso foi encaminhado para o serviço provincial do INAC para apurar a veracidade.
No Cazenga, também foi registado uma denúncia de abuso sexual, cuja vítima tem 14 anos de idade, acto praticado recorrente por indivíduo de aproximadamente 30 anos de idade.
O caso já é do domínio da Polícia Nacional a nível do município, bem como o gabinete municipal da acção social, que acompanham a vítima.
Já na província de Malanje, no município sede, o agressor denunciado também tem 50 anos de idade, e a vítima é uma criança de 12 anos de idade. De acordo com o SOS Criança, para este caso, o acusado foi detido.
No período de 10 a 16 de Novembro de 2024, o Instituto Nacional da Criança-INAC, através do Serviço de Denúncia SOS – Criança, que atende pelo terminal telefónico 15015, recebeu 291 denúncias de violência contra a criança em todo o país, onde podemos destacar as províncias do Bié, Cuanza-Sul, Luanda e Malanje.
Dos casos recebidos 112 são de fuga à paternidade e disputa da guarda, 52 de trabalho infantil, 48 de prestação de alimentos, 32 de violência física e psicológica, sete casos de abuso sexual, sendo três em Malanje, dois no Cuanza-Sul e um no Bié, e igual número de abandono de criança, um de negligência e um de rapto na província de Benguela.
De acordo com a porta-voz do INAC, Rosalina Domingos, todas as denúncias foram encaminhadas aos comandos municipais e provinciais da Polícia Nacional, as direcções municipais e provinciais da acção social e aos serviços provinciais do INAC.