A Operação Recolha de Armas de Guerras em posse de empresas privadas de segurança e de sistemas de auto-protecção teve início nesta quarta-feira (19) e se estenderá até 5 de Março do ano em curso e visa, acima de tudo, retirar as armas de guerra do sector da segurança privada e substituí-las por armas de defesa de calibre, permitidos por lei.
A iniciativa da Polícia Nacional surge depois da Polícia Nacional de Angola ter descoberto, por parte das empresas privadas de segurança e de sistemas de auto-protecção, um canal aberto que fomenta a criminalidade violenta com armas de guerra.
Segundo o porta-voz da Polícia Nacional, Mateus Rodrigues, de Janeiro de 2024 a Fevereiro do presente ano, registaram-se o extravio por roubo e furto de cerca de 254 armas de guerra.
Antes que se lançasse a operação, a Polícia Nacional, durante um longo processo, realizou encontros de auscultação e concertação com as empresas privadas de segurança e os sistemas de auto-protecção, onde foram colhidas contribuições, com particular realce àquelas ligadas à estratégia de substituição das armas de guerra em posse das empresas.
Mateus Rodrigues disse ainda que foram licenciados e autorizados armeiros destinados à actividade exclusiva de importação e comercialização de armas de defesa, bem como centros de formação profissional para o pessoal de segurança privada, equipados com campos de tiro para treinamento de uso e manuseio de armas de defesa.
O preço de uma arma de fogo, que pode custar entre 200 a 400 mil kwanzas, é tido como um dos factores que leva a que empresas de segurança recorram às armas de guerra para o exercício das suas funções.
Entretanto, todas as empresas de segurança que não possuírem as condições necessárias para a aquisição de armas cujo uso é permitido por lei serão submetidas ao encerramento ou responsabilizadas criminalmente, caso insistam em fazer uso de armas de guerra.
Mais de 40.000 armas em posse de empresas de segurança Mateus Rodrigues afirma que, no ano passado, a Polícia Nacional realizou uma estratégia de substituição voluntária de armas de guerra, pelo que, até Dezembro de 2024, foram entregues, voluntariamente, 1.548 armas de guerra por parte das empresas privadas de segurança e sistemas de auto-protecção, representando 3,7%, num universo de 42.042 armas de guerra existentes no sector.
Isso faz com que restem até ao momento 40.494 armas de guerra por substituir em todo o país. Outrossim, há, também, elevada inacção no cumprimento, a inércia na adopção dos procedimentos e baixa adesão voluntária na substituição das armas de guerra por parte das empresas privadas de segurança e dos sistemas de auto-protecção, como esclareceu Mateus Rodrigues.
POR:Germano Notícia