O director do gabinete do Planeamento Estratégico, Controlo de Gestão e Excelência Organizacional da Empresa Nacional de Distribuição de Electricidade (ENDE EP), Francisco Fernandes, avança que a distribuição e comercialização de energia eléctrica aos clientes finais apresentaram resultados satisfatório, do período de Setembro de 2023 a Julho de 2024.
Actualmente, a ENDE conta com dois milhões e 31 mil e 920 clientes de baixa tensão (BT), que representam 99,5% do total, além de oito mil e 173 em média tensão (MT) e 15 em alta tensão (AT).
Os investimentos que o sector fez para garantir a sustentabilidade durante os anos de 2017, 2018 e 2019 permitiram que a ENDE, como empresa distribuidora, tivesse uma potência instalada de cinco mil 542 MVA (Mega Volt- Ampere), que corresponde a 135 subestações, e 47 MVA resultantes de centrais térmicas.
Neste particular, fazendo uma análise do período de Setembro de 2023 a Julho de 2024, nota-se, em ter- mos de subestações eléctricas, um aumento significativo. A entrada em funcionamento da subestação no Leste, propriamente na Lunda-Norte, e uma diminuição de centrais térmicas em função da entrada em funcionamento de uma central térmica na província do Bié, no município de Camacupa, por parte da Prodel, ajuda bastante.
O pico da evolução dos activos e da potência instalada a nível da distribuição se registou em 2020, com a conclusão dos projectos de expansão da rede de alta e média tensão, no âmbito dos projectos de NCC, que contemplou mais de cinco províncias, nomeada- mente Luanda, Cabinda, Zaire, Huambo e Bié.
Associado a isto, a entrada em funcionamento dos projectos de interligação a nível da RNT e das centrais fotovoltaica, a nível da PRODEL, permitiu que reduzisse o número de centrais térmicas de 26 para 18 unidades.
Quanto à avaliação do grau de atendimento dos serviços prestados, a ENDE considera que é satisfatório, tendo em conta que a percentagem está acima dos 80%. Reconhece que há desafios a se terem em conta, uma vez que a há ainda muita energia disponibilizada que não é utilizada.
Segundo o interlocutor, a energia utilizada é inferior à necessária, que também é inferior à dispo- nível, neste sentido, há necessidade de escoar a energia dispo- nível, que precisa de ser rentabilizada na execução de projectos de electrificação.
Os desafios incluem o aumento da eficiência na cobrança, agravada por um ataque cibernético, e a necessidade de se massificar o uso de contadores pré-pagos e modernizar a rede de distribuição. Os níveis de vandalismo estavam bem de 2019 a 2022, mas, de 2023 a 2024, a arruaça foi maior, segundo Francisco Fernandes.
Porém, apesar das dificuldades, a introdução de novos canais digitais aumentou as vendas de energia pré-paga em 24,5%, tendo 59,05% das vendas realizadas por esses canais. Embora o segmento de BT exija mais esforço operacional, os clientes de AT e MT representam apenas 1,1% do total, e contribuíram com 44,1% da facturação e 29,5% da cobrança.