No âmbito de auscultação a vários segmentos sociais, o governador de Benguela ouviu os principais problemas dos empresários inseridos na plataforma Aliança Empresarial de Benguela, a fim de, com eles, estudar a melhor forma de ultrapassar grande parte dos problemas que têm apoquentado a província de Benguela.
Ao governador Manuel Nunes Júnior foram-lhe manifestadas preocupações relativas à forma de autuação da Administração Geral Tributária (AGT), segurança pública e acesso a financiamentos bancários.
Aliás, em relação ao primeiro assunto – relacionado com a AGT – não há nada que o agora governador de Benguela não soubesse, pois as reclamações, que surgem um pouco pelo país, remontam ao tempo em que o mesmo, era ministro de Estado para a Coordenação Económica.
“A principal reclamação da AGT é a musculação que os técnicos tributários têm com os empresários”, lamenta a empresa Teresa Silva, porta-voz dos empresários.
Considera que, por conta disso, muitos dos seus colegas se vêem obrigados a fechar as portas, ao lembrar, pois, que muitos deles prestam serviços ao Estado e este, nos dias que correm, afigura-se como o maior devedor e a AGT não tem tido em conta este particular na hora de cobrar impostos.
“É só para ver que Benguela era uma província que tinha muitos empresários a retalho – empresas essas dominadas por mulheres – e, hoje, já não temos angolanos, estamos a alugar os nossos espaços (a estrangeiros)”, lamenta.
Projectos emperrados
Os empresários da Aliança deram a saber da existência de muitos projectos em curso, mas muitos dos quais emperrados por alegada falta de financiamento, não estivessem muitos deles descapitalizados em virtude de o ambiente económico actual não ser tão abonatório para a classe.
“Os problemas da classe empresarial têm a ver com a segurança pública e com financiamentos. Novos projectos estão a surgir e precisamos de financiamento”, sinaliza.
Motivos do governador Nunes Júnior foi à sede da Aliança Empresarial de Benguela e, durante algumas horas, esteve à conversa com os homens de negócios da província de quem ouviu preocupações.
Aos empresários o governante não fez promessas, apenas vincou a ideia de vir a fazer o que estiver ao seu alcance, “para mitigar os problemas” – conforme sustentou a empresária Teresa Silva, que também é presidente Nacional da Associação dos Transportadores de Combustíveis de Angola.
Questionada se, com Manuel Nunes Júnior à frente dos destinos de Benguela, os empresários tinham como que a porta aberta para uma nova era, dado que havia reclamações de algum segmento empresarial sobre uma alegada marginalização quando o assunto era resolver problemas que apoquentam a província, cautelosa, a empresária responde: “Isso foi um primeiro encontro.
Eu não digo que será melhor ou não, porque nós sempre tivemos abertura do governo cessante”, disse, ao afirmar que eles precisam, porém, de esperar para ver como é que, doravante, as coisas se vão processar.
Entretanto, o que ficou, de resto, patente é a promessa de realização de reuniões periódicas que o governador prometeu à classe empresarial, na perspectiva daquilo a que Nunes Júnior chama de “complementaridade estratégica” entre o Governo e os empresários e encontrar soluções de uma maneira conjunta e integrada. “Esta é a promessa que nós fazemos e vamos tudo fazer para que cumpramos com os resultados concretos.
Os nossos empresários estão aqui, já trabalham, enfrentam as dificuldades do dia-a-dia. Criam emprego a medida do possível”, reconhece o governante. De acordo com Nunes Júnior, o que pode vir a acontecer, assim sendo, é a integração de empresários locais nos vários projectos que a província tem e que terá em curso.
“Os nossos empresários tenham uma parte importante de participação nestes projectos e que, por esta via, ganhe-se e crie-se novo valor acrescentado”, garante.
Por: Constantino Eduardo, em Benguela