Desmantelado laboratório de reparação de processadores de criptomoedas no Icolo e Bengo

O Serviço de Investigação Criminal (SIC) desmantelou ontem, 23 de Fevereiro, um laboratório clandestino de reparação de processadores de mineração de criptomoedas na província do Icolo e Bengo, bem como procedeu à detenção de três cidadãos chineses

O laboratório, dissimulado numa oficina auto (actividade legal, com licença, que os chineses têm para desenvolver a actividade económica em Angola), está num outro espaço arrendado, com um acesso totalmente clandestino, tendo sido muito difícil para os efectivos do SIC acederem ao local.

De acordo com o porta-voz do SIC-Geral, Manuel Halaiwa, tiveram de partir várias paredes, palmear o residencial todo, para penetrarem no laboratório. Na sequência, foram detidos em flagrante delito três cidadãos chineses, com idades compreendidas entre 24 e 53 anos, sendo, dentre estes, uma cidadã do sexo feminino, que tem um recém-nascido.

No local, foram encontrados diversos equipamentos, alguns já separados, os processadores já reparados. “Estamos a falar aqui de acima de 500 equipamentos de diversa natureza, quer processadores e também bobinas, entre outros, que eram recompostos e entregues aos centros de mineração de criptomoedas que estavam a funcionar”, referiu.

A micro-operação teve coordenação operativa com a Direção Nacional de Combate ao Narcotráfico e também o CISP, porquanto, a par da actividade de mineração de criptomoedas, foi detido, no dia 29 de Dezembro, um cidadão chinês de 35 anos de idade, residente no Camama, flagrado em posse de 3,37 gramas de droga do tipo anfetamina.

Este indivíduo foi detido por posse deste tipo de droga, foi presente ao Ministério Público e nas sequências de garantias, e está neste momento a cumprir a prisão preventiva, porque lhe foi aplicada a medida de coação pessoal mais gravosa.

Em sede das informações colhidas, em sede desta investigação, detetou-se também que estes indivíduos estão diretamente ligados à actividade de mineração de criptomoedas, daí que estas direções estão a andar de forma sintonizada, numa operação conjunta, para, por um lado, desmantelar a atividade de mineração de criptomoedas, por outro lado, também verificar os indícios de crimes de tráfico de drogas do tipo anfetamina, tanto que é a droga especificamente consumida, sobretudo em Angola, por cidadãos asiáticos. “Nesta altura, estamos também a trabalhar para verificar a situação migratória destes indivíduos.

A cidadã já está aqui há muito tempo, inclusive tem aqui um relacionamento firmado, e daí resultou também deste relacionamento um filho. O valor de investimento da actividade lícita é muito alto, portanto, acreditamos que mais pessoas estejam envolvidas”, desconfia.

POR:Stélvia Faria

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