A directora de operações da empresa TIS, Sandra Camelo, que falava durante um encontro sobre Economia e Negócio, que uniu decisores da Administração Pública e do sector privado em Luanda, esclareceu a este jornal que Angola caminha para uma transformação digital e completa de processos, logo, para que isso aconteça, defende que seja necessária a união entre as iniciativas do sector público e privado.
Sandra Camelo afirma que, com a introdução da automação nos processos em Angola, o ambiente de negócios vai ser mais competitivo, a tecnologia poderá acelerar o desempenho das actividades, tanto na administração pública como no sector privado. Para o sucesso desta inovação, sublinha, é fundamental que os decisores pensem de forma estruturada, integrada e estejam alinhados.
A automação pode ocorrer, segundo Sandra Camelo, em todos os sectores, fundamentalmente na educação, saúde, agricultura, segurança pública, nas indústrias, áreas que beneficiam directamente o cidadão angolano.
Quanto aos desafios, a especialista em estratégia e gestão de processos precisou serem vários, tendo destacado o acesso à internet, a falta de conhecimento sobre o funcionamento da tecnologia por parte das pessoas, bem como o ambiente interno das próprias organizações quanto ao processo da automação.
“O acesso à internet é um grande gargalo que temos, não se fala de automação de processos sem uma boa conexão de internet, o acesso rápido e segurança de dados”.
Em representação do sector público, Meik Afonso, director-geral do Instituto de Modernização Administrativa (IMA), avançou que o Governo trabalha na implementação de um projecto denominado ‘‘Aceleração Digital de Angola’’, que se enquadra na agenda de transformação da Administração Pública, tendo como foco principal a implementação de uma plataforma de interoperacionalidade dos diversos sectores.
O especialista explicou que a plataforma serve como um sistema de informação que vai interligar todas instituições públicas, de modo que facilmente haja partilha de dados para que as coisas aconteçam de forma mais ágil e os demais sectores tenham acesso rápido às informações.
Sublinhou que o Executivo tem feito vários investimentos para transformação digital dos serviços, pois o contexto obriga que haja uma evolução das coisas e reformulação de acções passadas.
Meik Afonso reconheceu o importante desafio em capacitar os quadros, a nível da Administração Pública, os cidadãos, para uma maior compreensão sobre a automação de processos, bem como a necessidade da construção de infra-estruturas adequadas no contexto da transformação digital.
Por: Adelino Kamongua