Os residentes das referidas zonas, parcialmente deixadas ´intactas´, estão a transportar os seus haveres para residências de familiares, amigos e conhecidos, noutras áreas mais seguras, do município do Dande, em Caxito, província do Bengo, onde preferem também confiar a guarda das crianças e dos idosos.
“Se as enxurradas de Fevereiro a Março deste ano as chuvas resultaram no desabamento de casas e no consequente desalojamento e realojamento dos moradores do Kitõi, Mifuma, Kingombe e de outras zonas afectadas, imagine o que as chuvas de Abril podem provocar, Vamos parar todos lá na área do reassentamento das Mabubas”, calculou António João Pereira da Silva, consciente de que as precipitações no mês por si referenciado são mais intensas.
António João Pereira da Silva revelou que as famílias do citado corredor do Dande todos os dias se esforçam em colocar os seus haveres em locais com mais segurança, a fim de não os perderem por completo, no caso de serem reassentados no bairro 25 de Dezembro, na comuna da Mabuba. Conceição Abel, Rosária Gabriel, Rosa Bernardo e outros habitantes do bairro Kinngombe, restantes do realojamento, manifestam-se, diariamente, apreensivos, segundo se pode apurar, ao ponto de estarem preparados para abandonar as suas residências, no caso de caírem as propaladas chuvas de Abril.
O coordenador do bairro 25 de Dezembro, João Adriano VanDúnem, classifica a situação dos moradores como de emergência, a julgar pelo histórico das chuvas que se abatem em Abril de cada ano, no município-sede da província do Bengo. Aliás, João Adriano Van-Dúnem defende que as famílias, cujas casas se encontram próximas das mais afectadas, devem ser já realojada, já que as mesmas não estão fora das águas das chuvas.
“Quando as águas rodeiam uma residência durante muito tempo, a mesma corre sérios riscos de desabar a qualquer momento, devido ao desgaste constante da sua base”, considerou João Adriano Van-Dúnem, para quem a sua área de jurisdição está preparada para receber mais sinistrados. Quando abordou sobre a situação ao Jornal OPAÍS, o administrador-adjunto do município do Dande, Ambrósio Mamata, admitiu que, quando chove com maior intensidade, em Caxito, não há nenhuma zona que não seja afectada.
Na ocasião, também deixou expresso que o Governo local vai retirar, paulatinamente, os cidadãos que construíram sobre as linhas de água e aqueles cujas residências estão afectadas. Por se tratar de uma área muito extensa, o administrador garantiu, finalmente, que cada família vai receber um lote para construção progressiva e definitiva.