O convite verbal foi formulado na última Quarta-feira (04), pelo vice-governador para o sector técnico e infra-estruturas do Huambo, Elmano Inácio, aquando da visita que a Vice-Presidente da República, Esperança da Costa, efectuou ao Centro de Tecnologia Tropical e Alterações Climáticas. O governante aproveitou a ocasião para reclamar em relação à baixa produção de água na nascente do rio Cunene devido à exploração desregrada de minérios
O projecto do Huambo «Capital Ecológica» tem como epicentro o renascimento do jardim botânico, vulgarmente conhecido por ‘estufa’, ao que se junta, igualmente, a ribeira da Granja, uma estrutura mista com a componente de drenagem de águas pluviais das partes alta e baixa e de uma nascente, que ajuda a aduzir a água na lagoa.
“Que também tem uma função pitoresca, para além das outras que nós temos e conformam as águas neste canal, que acaba sendo um fundo de vale.
Se entendermos que o objecto é trazermos “Huambo Capital Ecológica” de volta, a província está a fazer um trabalho digno de realce que tem a ver com o reflorestamento”, explicou o vice-governador à Vice-PR, tendo adiantado que, para a materialização desse projecto, o governo local se vale de protocolos firmados com o Projecto Reforma Floresta, na perspectiva de recompor os polígonos urbanos florestais. “Refiro-me não só ao Calombula, Sacahala, Deolinda Rodrigues e todos outros espalhados por dentro.
Esse projecto vai permitir que, olhando um pouco para aquilo que são os nossos instrumentos de ordenamento, que orientam sempre que cada indivíduo, qualquer que seja o projecto, tenha 30 por cento de verde, também podemos associar ao Programa Nacional da Normalização Ambiental (…) poder capacitar as pessoas, no sentido de todos os munícipes poder ter os seus 30 por cento de verde”, sustenta.
Elmano Inácio prevê dificuldades na implementação do projecto devido àquilo que qualifica de actuação de cidadãos nas florestas – quer urbanas, quer rurais, elencando, essencialmente, três factores.
O primeiro tem a ver com o aspecto económico, que passa pelo abate de árvores para a produção de carvão; o segundo está relacionado com a preparação de terras, ao passo que o terceiro se refere à utilização dos espaços para a caça de animais.
“Ou seja, se é essa a nossa cultura, por um lado nós danificamos a biodiversidade, consequentemente perdemos os nossos ecossistemas.
No domínio dos resíduos como tal, as nossas estratégias actuais para o desenvolvimento desta matéria ainda são, de facto, incipientes…Ainda temos insuficiência de toda a natureza “, reconhece o governante.
Entretanto, o vice-governador para o sector técnico e infraestruturas assinala a existência de um projecto de construção de aterro sanitário – que ia já na ordem de 90 por cento do grau de execução -, mas que, hoje, devido ao estado de vandalização, baixou para 75.
“É um aterro que está a ser discutido até ao nível da valorização dos resíduos, sendo certo que a província tem vindo a discutir já as questões manifestas de recolha selectiva”, pontualizou.
Fornecimento de água ao CAFU em risco
À Vice-Presidente da República, o vice-governador do Huambo apresentou preocupação relativa à danificação da nascente do rio Cunene, no município da Chicala Choloanga, aldeia de Talulua, facto que, segundo disse, está a condicionar a produção de água.
Hoje, sustenta o governante, o líquido que se produz é ligeiramente inferior se comparado ao período natural da aludida nascente. Fontes de crédito do Governo Provincial do Huambo juntaram-se à voz da Loti Nolika e ressaltaram que, se o Governo Central não puser termo à forma de exploração na nascente, o CAFU, projecto de transferência de água, de iniciativa do Presidente da República, João Lourenço, poderá ficar sem água.
O projecto, inaugurado pelo PR em 2022, custou aos cofres do Estado cerca de USD 130 milhões, daí que fontes tenham colocado o acento tónico justamente nesse quesito e sugerido ao Ministério dos Recursos Minerais, Petróleo e Gás, que tem Diamantino de Azevedo à cabeça, acção tendente à normalização.
Por: Constantino Eduardo, enviado ao Huambo