o avançado estado de degradação da Estrada Nacional (EN250), no troço Luau/Cazombo, província do Moxico, elevou de três para 11 horas o tempo normal de viagem, provocando inúmeras dificuldades à população
A ANGOP constatou, na última Sexta-feira, que, face ao acentuado estado de degradação da via, a mobilidade de pessoas e bens reduziu, significativamente, entre as sedes municipais do Alto Zambeze (Cazombo) e do Luau (Luau), tornando a vila de Cazombo cada vez mais isolada do resto da província. A deslocação para aquela região tornou-se num verdadeiro “calvário”, apenas possível de ser concretizada com camiões militares de alta tracção, como o Kamaz, usado pelas Forças Armadas Angolas (FAA).
Os imensos charcos na via, proporcionando inúmeros buracos, em alguns pontos com mais de dois metros de profundidade, “consumiram” a estrada, sendo que o troço comuna de Cavungo/Cazombo, de 62 quilómetros, é a via mais crítica, levando cinco longas horas para ser percorrida. A título de exemplo, das 18 viaturas de marca Land Cruiser que transportava uma comitiva chefiada pelo governador provincial, Ernesto Muangala, que trabalhou naquela municipalidade, foram obrigadas a interromperem a viagem da comuna do Cavungo para Cazombo, por incapacidade de contornar gigantescos buracos e lagoas.
Este facto obrigou, inclusive, o governador provincial, Ernesto Muangala, o vice-governador para o sector Político, Social e Económico, Victor da Silva, deputados à Assembleia Nacional pelo círculo provincial, entre outros, a continuarem a viagem à bordo de um camião militar, de marca Kamaz, para chegar à vila de Cazombo. Ao todo, esta “espinhosa” viagem de ida e volta, numa trajectória de 252 quilómetros, entre as sedes municipais do Luau e Cazombo, durou mais de 22 horas.
Motorizadas transportes que mais circulam no troço Face à degradação da via, raras são as viaturas que circulam naquele trajecto, com excepção de dois Kamazes que transportam os passageiros de Cazombo ao Luau e vice- versa, cobrando 15 mil kwanzas, a cada pessoa. Para a satisfação das necessidades, o uso de motorizadas, vulgo “Kupapata”, tem sido a alternativa dos munícipes que chegam a pagar 30 mil kwanzas por viagem entre Cazombo e Luau. População teme isolamento total Na ocasião, o motoqueiro Pascoal Bento apelou por uma intervenção na referida via, para facilitar a circulação de pessoas e bens, opinião corroborada pelo cidadão Alebrto Mateus.
“Esta situação já esta insustentável, estamos cansados de sofrer, o governo deve rever isso”, disse, cansado dos constantes apelos. Governador pede “urgência” ao Govenro Central O governante provincial, Ernesto Muangala, que falava à imprensa, após trabalhos radiografia que efectuou ao Alto Zambeze, reconheceu que a via atingiu um nível “elevado de degradação”, criando inúmeras dificuldades à população.
Perante este cenário, Ernesto Muangala solicitou aos departamentos ministeriais para a aceleração do processo de contratação de uma empresa para dar início às obras de construção da estrada. Ernesto Muangala recordou que já existe um Despacho Presidencial que autoriza a despesa e formalização da abertura do procedimento de contratação simplificada para a reabilitação do troço Marco25 (Luau)/Cazombo/Lumbala Caquengue, numa extensão de 247 quilómetros.
“Pedimos a compreensão dos departamentos ministeriais para o início das obras, porque o povo está a sofrer e não deve continuar assim”, lamentou. O município do Alto Zambeze, 519 quilómetros a Leste da cidade do Luena, é composto pelas comunas de Nana Candundo, Macondo, Caianda, Calunda, Lumbala Kaquengue, Lóvua e Cazombo (sede).