AVenezuela vai continuar este ano sem direito ao voto na Assembleia Geral das Nações Unidas devido a dívidas, que, segundo Caracas, são resultado das sanções económicas impostas pelos Estados Unidos.
A Assembleia Geral da ONU tomou, Quarta-feira, conhecimento de um relatório que lhe foi enviado nas últimas horas pelo secretário geral do organismo, António Guterres, no qual se confirma que a Venezuela continua a acumular uma dívida excessiva, devido ao não pagamento das contribuições.
A Venezuela deveria pagar pouco mais de 76 milhões de dólares (1 USD equivale a Kz 503,5612) para recuperar o direito de voto na Assembleia, segundo o documento.
Em Novembro de 2022, o Presidente venezuelano, Nicolás Maduro, disse que havia pedido a Guterres que aliviasse essa situação, que Caracas diz não ser por falta de dinheiro, mas porque as sanções norte-americanas o impossibilitam de fazer pagamentos.
“As sanções impedem-nos de ter contas bancárias para pagar as nossas quotas, as nossas obrigações, na Organização das Nações Unidas, e tiraram-nos do sistema de votação.
Temos o direito de falar, mas não temos o direito de votar. (…) Já disse ao secretáriogeral (…) para resolver esse problema”, disse Maduro, na ocasião, num discurso transmitido pelo canal estatal VTV.
As regras da ONU permitem que os países mantenham o seu direito de voto quando o não pagamento das suas quotas se deve à circunstância fora do seu controlo e, por esta razão, os Estadosmembros aprovaram nos últimos meses que três países (Comores, São Tomé e Príncipe e Somália) podem votar apesar de registarem dívidas excessivas.
Não é o caso da Venezuela, que, como nos últimos anos, vai ficar sem voto na Assembleia Geral, situação em que também se encontram Dominica, Guiné Equatorial, Gabão, Líbano e Sudão do Sul.