A falta de laboratórios para as aulas práticas das cadeiras de Publicidade, relações Públicas e afins, nas universidades que ministram cursos de comunicação social, ou similares, está a ser apontada como a causa da baixa qualidade da comunicação institucional, pratica- da em muitas organizações no país
O alerta foi lançado, no decurso da 1.ª edição do Fórum ALUMNI, organizado pela Universidade Privada de Angola (UPRA), que visou analisar o tema “O Contributo da Universidade na Melhoria da Comunicação Institucional”. Para o comunicóloco Celso Malavoloneke, um dos convidados para análise do mote, a ministração de aulas em laboratórios garante melhor qualificação técnica e prática dos quadros em formação, o que resulta numa maior qualidade do curso, e, futuramente, em melhores profissionais, que saberão prestar um serviço expectável.
O também professor universitário, que lecciona cadeiras relacionadas com as Relações Públicas, fez uma observação do sector, que o permitiu afirmar que a qualidade da comunicação institucional das organizações decaiu nos últimos anos. “Nós não comunicamos bem. As nossas instituições ainda têm um caminho para percorrer, no sentido de ter uma comunicação mais ou menos adequada. Já estivemos melhor”, afirmou. O antigo decano da Faculdade de Ciências Socias da UPRA disse que, para se reverter o actual quadro do sector, no país, “ [é preciso investir] em laboratórios, que contribuem, para a entrega de produtos de comunicação de qualidade”.
Por outro lado, sublinhou a necessidade de os promotores dessas instituições de ensino olharem para a construção de laboratórios como um investimento, e não custos, pois, adiantou, os pro- dutos feitos pelos estudantes, como peças publicitárias, pesquisas de audiências e relatórios de diagnósticos, podem ser vendidos. “O que poderá ter faltado é esta advocacia em que – sobretudo os promotores, incluindo o Estado, nas universidades públicas— vê- em os laboratórios como uma despesa e não propriamente como um investimento que tem duplo retorno”, disse.
Celso Malavoloneke explicou que o cenário actual resulta, também, de uma despromoção de responsáveis desta área, nos ministérios e nas empresas, de directores para chefes de departamento, o que os forçou a regressarem para os órgãos de comunicação social, onde ocupavam cargos de editores. “Isso redundou na baixa da qualidade da comunicação institucional tal como agora. A nossa comunicação institucional não está bem. Isso é um desafio, no quadro do actual lema de governação de Trabalhar Mais e Comunicar Melhor”, acredita.
UPRA promete laboratório de rádio para breve
O chefe de departamento do curso de comunicação social da UPRA, Celestino Macaia, explicou que a formação de quadros com qualidade constitui uma das divisas dessa universidade. N entanto, admitiu que este fim é alcançado com recursos a excelentes infra- estruturas e docentes. O responsável reconheceu ainda que, a instituição inscrita na história do país como a primeira a leccionar o curso comunicação social, contínua sem laboratório, mas avançou que o laboratório de rádio está a ser construído e, brevemente, estará à disposição dos estudantes. “Sim, não temos laboratórios. As razões podemos encontrar várias, porque quando estamos a falar das universidades, temos de associar a isso a situação política ou económica do país”, disse, para depois anunciar que “está a ser montado o laboratório de rádio. Mais dias, menos dias, teremos a Rádio UPRA”.