Segundo Abubacar Sultan, representante da instituição em Angola, os doadores internacionais têm voltado as suas atenções para os países com baixo rendimento e os que atravessam crises.
POR: Afrodite Zumba
O representante do Fundo das Nações Unidas para Infância em Angola (UNICEF) Abubacar Sultan afirmou recentemente, em Luanda, que a organização tem dificuldades para mobilizar recursos para o país. Em depoimento a este jornal, o responsável explicou que tais empecilhos residem no facto de Angola ter um rendimento per capita (indicador que ajuda a medir o grau de desenvolvimento econômico de um país ou região) e um Produto Interno Bruto (PIB) considerados elevados, comparativamente a outros países do continente africano.
“Neste contexto, o UNICEF não consegue mobilizar recursos para o apoiar situações, sobretudo de desenvolvimento”, detalhou. Por esta razão, os parceiros da organização, quando chamados à intervirem, têm priorizado os países com baixo rendimento, sem capacidade financeira para acudir a todas as áreas de intervenção.
“A nossa principal função não é mobilizar recursos ou financiar projectos. Porém, quando necessário, têm sido priorizados os países de baixo rendimento, que não têm capacidade nacional para acudir a todas as áreas de intervenção”, disse Abubacar Sultan. Acrescentando que actualmente, a atenção dos financiadores está voltada para países com necessidade de “procurar” recursos”.
De acordo com Abubacar Sultan, para o ano ainda em curso, a instituição mobilizou cerca de USD 25 milhões, que foram utilizados para auxiliar o Governo angolano a dar resposta a situações de emergência, como o surto de cólera que assolou o município do Soyo, na província do Zaire, e a cobertura de programas do sector da saúde e da educação.
“Estes valores foram mobilizados a nível interno, da sede da organização, excepcionalmente concebidos para dar resposta a situações de emergência como a cólera e a crise no Sul”, precisou. No que tange aos métodos de utilizados para monitorizar o uso dos recursos, Abubacar Sultan afirmou que o UNICEF tem uma equipa de técnicos que, de forma rigorosa, fiscaliza onde estão a ser utilizadas as verbas recebidas. “Cada programa que temos é financiado, e, sendo financiado, temos regras de gestão e transparência muito exigentes.
É preciso garantir que cada parceiro que recebe a contribuição do UNICEF vai seguir um conjunto de procedimentos, incluindo a auditoria da forma como ele é utilizada”, justificou. O UNICEF é uma agência das Nações Unidas presente em mais de 190 países, trabalha para a promoção dos direitos das crianças de modo a satisfazer as suas necessidades e contribuir para o seu desenvolvimento.