A União Europeia (UE) desembolsou, ontem, a primeira parcela de 3 mil milhões de euros no âmbito do novo programa de assistência macro-financeira (AMF+) à Ucrânia, num total de 18 mil milhões de euros para este ano.
O AMF+ entrou em vigor em meados de Dezembro último, na sequência de uma decisão do Conselho Europeu de 20 e 21 de Outubro de 2020, tendo recebido luz verde do Parlamento Europeu.
O montante de 18 mil milhões a emprestar à Ucrânia – verba que será entregue a Kiev em prestações mensais de 1,5 mil milhões – terá um período de carência de 10 anos.
Num discurso em Davos, onde se reúne o Fórum Económico Mundial, a presidente da missão Europeia, Ursula von der Leyen, salientou que a UE continuará a apoiar a Ucrânia “durante o tempo que for preciso”.
“O nosso apoio inabalável à Ucrânia não irá abrandar.
Quer esteja a ajudar a restaurar o fornecimento de electricidade, calor e água, ou a preparar-se para os esforços de reconstrução a longo prazo”, referiu.
O objectivo é prestar ajuda financeira a curto prazo, financiar as necessidades imediatas da Ucrânia, reabilitar as infra-estruturas críticas e prestar apoio inicial à reconstrução sustentável do pósguerra, com vista a apoiar a Ucrânia na via da integração europeia.
A guerra lançada contra a Ucrânia pela Rússia provocou uma perda de acesso ao mercado e uma queda drástica das receitas públicas daquele país, enquanto a despesa pública para fazer face à situação humanitária e manter a continuidade dos serviços estatais aumentou acentuadamente.
Entre 2014 e 2022, a UE emprestou 7,2 mil ME a Kiev, sob a forma de ajuda macro-financeira.
A ofensiva militar lançada a 24 de Fevereiro de 2022 pela Rússia na Ucrânia causou até agora a fuga de mais de 14 milhões de pessoas – 6,5 milhões de deslocados internos e mais de 7,9 milhões para países europeus -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
Neste momento, 17,7 milhões de ucranianos precisam de ajuda humanitária e 9,3 milhões necessitam de ajuda alimentar e alojamento.
A invasão russa – justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de “desnazificar” e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia – foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.
A ONU apresentou como confirmados desde o início da guerra 7.031 civis mortos e 11.327 feridos, sublinhando que estes números estão muito aquém dos reais.