O presidente da Associação dos Jovens Catadores de Materiais Recicláveis de Angola (AJOCAMARC), Manuel Salvador, disse que os seus associados recolhem perto de 30 toneladas de resíduos sólidos por dia, só na cidade de Luanda.
Até ao final do ano, a associação prevê empregar mais 15 mil pessoas
A AJOCAMARC, que existe há dois anos no mercado, congrega jovens catadores de resíduos sólidos recolhidos nas ruas, estabelecimentos comerciais e residências com a finalidade de levar para as fábricas de reciclageem.
O trabalho destes jovens é valorizar os resíduos sólidos para o surgimento de novos artigos, bem como a preservação do meio ambiente.
Segundo o presidente daquela associação, na cidade de Luanda, os catadores recolhem perto de 30 toneladas de lixo e os municípios que mais produzem lixo são Belas, Cacuaco, Cazenga e município-sede, Luanda.
Reconheceu que muitos jovens vivem da recolha e separação de lixo, e que precisam de orientações técnicas para gerirem melhor os resíduos em seu benefício.
Eis que recentemente assinaram um acordo de cooperação entre a escola nacional do comércio e o Instituto Angolano da Juventude, que consiste na formação de quadros, que acha importante para o crescimento deste negócio.
Neste momento, seis cooperativas da associação têm contrato com o Governo Provincial para a limpeza e a recolha de resíduos sólidos.
“As seis cooperativas que trabalham com o GPL têm alguma robustez porque recebem, através do Orçamento Geral do Estado (OGE), valores que chegam aos 9 milhões de kwanzas por mês”, explicou.
Manuel Salvador contou que as cooperativas estão sedeadas em todos os municípios da província de Luanda e também em quatro províncias, nomeadamente na de Benguela, Huambo, Lubango e Bengo.
Formação na área de resíduos sólidos
Até ao final do ano, a Associação prevê criar 15 mil empregos na recolha do lixo, com mais contratos de trabalho, como aconteceu com o Governo Provincial de Luanda e formar jovens na área de gestão de resíduos sólidos, para entenderem o manuseio.
O responsável pede ao Governo que crie um centro de material de reciclagem para a valorização do trabalho, tendo em conta os preços reduzidos que ganham com a venda destes materiais.
Com o centro de reciclagem o trabalho fica mais organizado, na sua opinião, e não será comercializado a grosso, como tem acontecido.
“O quilo de plástico, concretamente bidão de água mineral, vende-se a 100 kwanzas.
É necessário regularizar o preço da venda do material reciclável a nível nacional, como acontece noutros países”, defende.
O responsável apela para o surgimento de uma carteira profissional para valorização da actividade, como acontece no Brasil, e a regulação nacional do preço do material reciclado.
Neste momento, a associação conta com 5 mil associados empregados nas 50 cooperativas distribuídas em todo o país.
Os materiais recolhidos em maior quantidade são as garrafas de plásticos de água mineral, ferro e papelão, que facilitam no surgimento de novos produtos.