O presidente da Associação Nova Aliança dos Taxistas (ANATA), Francisco paciente, disse, no último final de semana, em Luanda, que a subida do preço da corrida de táxi será irreversível, tão logo seja aplicada a retirada da subvenção dos combustíveis para esta classe. Entretanto, acalmou os cidadãos desmentindo que o preço venha a chegar a 600 kwanzas, tal como se especula
Depois da publicação do Decreto Presidencial 68/24 de 07 de Março do corrente ano, que aprova a retirada de subvenção dos cartões de combustíveis, até ao dia 30 de Abril, a Associação Nova Aliança dos Taxistas de Angola (ANATA) esteve reunida, no último fim-de-semana, para esclarecer a suposta subida do preço do táxi.
O presidente da referida associação, Francisco Paciente, disse não ser verdade que haja subi- da do preço actualmente, porque a organização que dirige aguarda até que o decreto entre em vigor. Entretanto, esclarece que, com a retirada da subvenção, poderão verificar um aumento do preço do táxi, mas não irá custar 600 kwanzas, como se especula. “Vale dizer que a subida do preço de táxi será irreversível, por- que o preço actual, de 150 kwanzas, aprovado por decreto, já não está adequado aos custos operacionais dos veículos que existem no mercado”, sustenta.
Outra preocupação, e não menos importante, prende-se com as rotas da cidade de Luanda, uma vez que há registos de reclamação de estreitamento de rotas, que também resulta da falta de actualização das rotas da capital. “Nós apresentamos o nosso mapeamento, fomos orientados também pelo Governo da Província para a adesão de mais rotas e definição do princípio e o fim de cada rota, para efectivamente os taxistas terem uma rota actualizada, nos próximos dias”, disse.
Com o surgimento de novos bairros na província de Luanda, houve a necessidade de os taxistas adaptarem o sistema de transporte para aquelas zonas e, muitas vezes, de difícil acesso, mediante uma prévia negociação entre estes profissionais e os passageiros.
Situação económica e social dos taxistas regista queda
Outrossim, os taxistas reconhecem que a actividade de táxi verificou uma queda acentuada na produção, nos últimos dez anos, de 460 dólares/dia para 60 dólares por dia. Segundo a fonte, está em causa a escassez de transporte de táxi nas vias, porque os táxis vão falindo a cada dia, por falta de apoios dos bancos, das instituições públicas e privadas para se manterem em pé. Francisco Paciente disse que de 2014 a 2024, a actividade de táxi registou uma queda acentuada na ordem dos 700 por cento. “Os taxistas ficaram muito mais pobres, nos últimos dez anos, sem contar com o agravamento da situação que será a retirada da subvenção dos combustíveis”, desabafou.
O jovem, que lidera mais 30 mil associados em doze províncias do país, fez saber que, em 2014, os taxistas tinham uma produção bruta média de 46 mil kwanzas por dia, o equivalente a 460 dólares, na altura, com um câmbio de 10 mil kwanzas. Actualmente, a produção média é de 52 mil kwanzas por dia, para um hiace vulgo quadradinho. Com a subida do dólar, a situação representa-se decadente. Por se tratar de um dos subsectores dos transportes, a ANATA continua a defender que os taxistas também merecem ser acolhidos pelos bancos, instituições públicas e privadas, entre outros, no sentido de disponibilizarem créditos.