Das 13 cooperativas e uma associação que praticam a actividade, actualmente, uma cooperativa e uma associação estão activas. Em entrevista à ANGOP, sobre a actividade na província, o responsável do Departamento de Pescas, Patrício de Andrade Constantino, informou que em 2014, altura em que surgiu o Programa Nacional de Piscicultores, o fornecimento de ração era assegurada pelo Estado.
Com a liberalização do mercado, continuou, a comercialização de ração para peixes passou para a gestão privada. Afirmou que o elevado preço praticado no mercado, dificulta a aquisição de ração, levando ao abandono da actividade.
O responsável do sector das Pescas, informou que a província do Cuanza-Norte possui condições para a execução de projectos no domínio da aquicultura de tangíveis repercussões para a economia do país. Ressaltou que há um potencial de recursos hídricos com fortes probabilidades para a realização da piscicultura em pequena, média e grande escalas.
No Cuanza Norte existem 36 lagoas, das quais 32 no município de Cambambe, 41 rios, dois dos quais navegáveis, o Cuanza e o Lucala. Disse que a actividade pode ser praticada por camponeses, agricultores em toda a província.
As espécies produzidas na piscultura são cacusso e bagre com maior realce para o cacusso (tilápia) comercializado, sobretudo, em Luanda. A actividade gerou, na província, aproximadamente 19 postos de trabalho. Indicou os municípios da Banga, Cambambe, Cazengo e Lucala como os que mais se dedicam à piscicultura. Impacto da Actividade.
Segundo Patrício Constantino, a piscicultura comunal ou comercial pode ser um negócio e ajuda a melhorar a dieta e renda das famílias. A actividade ajuda ainda a valorizar a terra abandonada que já não serve para a prática da agricultura, previne a erosão (ravinas) e evita a contaminação e assoreamento dos rios.
A piscicultura também ajuda a melhorar o meio ambiente através do repovoamento dos rios, lagos, lagoas e mares como alevinos (peixinhos) de cultivo, assim como permite fazer o uso racional e eficiente dos recursos hidricos, produzindo organismos aquáticos.
Infraestruturas do sector Quanto a empreendimentos, a província tem o Centro Nacional de Larvicultura do Mucoso, em Massangano, que suporta o fornecimento de alevinos aos produtores. Com capacidade de produzir 2 milhões de alevinos por ano – larvas e pré-larvas de peixes – o Centro de Larvicultura do Mucoso foi o primeiro a ser inaugurado no país, em 2014.
Existe também na província o Centro de Produção de Spirulina e Aquicultura, no município de Cambambe.
O Programa de Fomento Nacional da Piscicultura, cujo lançamento ocorreu na lagoa do Ngolome, Cambambe, existe desde 2014.