O secretário-geral do SINPROF, Admar Jinguma disse que o Presidente ao falar que temos 13 mil escolas, a percepção é que se tratam de novas escolas, quando na verdade a cifra é do ano passado. Neste ano lectivo, o Governo colocou à disposição da comunidade 209 escolas novas e, no ano 2021/2022, 644 escolas estes dados são públicos do Ministério da Educação
De acordo com Admar Jinguma, é espantoso ouvir que para o actual ano lectivo estão disponível mais mil escolas, “o que não é verdade, e os auxiliares do Senhor Presidente não podem enganar o povo, porque vão dar a entender que está tudo bem, sobretudo quando temos um sector onde uma das principais dificuldades é a falta de escolas”. Em função da situação, lembrou que, no mês de Agosto e Setembro, algumas famílias tiveram de passar noites nas portas das escolas para conseguirem uma vaga para os seus filhos, e algumas instituições, com dificuldades de satisfazer a demanda tiveram de fazer sorteios, sobretudo nas classes de iniciação.
Por outra, as 13 mil escolas, com 113 mil salas de aulas, que atendem milhões de alunos, deixam também de fora outros milhões, pelo que, segundo o dado oficial do Ministério da Educação, há uma necessidade de mais de 62 mil salas de aulas. “Feitas as projecções, chegamos a conclusão que o número de salas de aulas em falta é igual a cifra existente. Grande parte das infra-estruturas existentes funcionam de forma precária ou em espaços aberto”, explicou.
Entretanto, com as condições actuais há uma necessidade de mais 13 mil escolas para atender os alunos que já existem e os que pretendem entrar, segundo o sindicalista, e só se poderá atingir esta cifra se o Governo construir entre 1500 a duas mil escolas por ano. Quanto aos manuais escolares, Admar Jinguma conta que a sua instituição deveria se envergonhar, porque todos os anos são distribuídos, no meio do ano lectivo ou no segundo trimestre, sendo que deveriam estar lá desde o início das aulas, de modo a permitir que os professores e alunos possam trabalhar os seus conteúdos.
Actualmente, os manuais escolares estão a ser comercializados nos mercados informais, segundo o sindicalista, e quando chegam nas escolas os kis são incompletos, faltando quase que sempre o de língua portuguesa e matemática. O SINPROF já solicitou várias vezes uma audiência com o Presidente da República, mas até ao momento não foram ouvidos. Porém, Admar Jinguma disse que não vê medidas que serão preconizadas no discurso, tendo em conta que o discurso tem duas perspectivas uma que tem a ver com o Estado e outra para melhorar o estado actual. “Qual é o orçamento que está preparado para o próximo ano económico, o que foi executado em 7, 6% ficou muito aquém, particularmente no sector da Educação não foi executado nem 25%”, salientou.