Embora a classe docente considere a independência dos Institutos de Ciências da Educação (ISCED) como um passo importante, a mesma acha que estas unidades orgânicas funcionariam melhor se tivessem um espírito mais universal
Por: Alberto Bambi
O secretário-geral do Sindicato Nacional dos Professores do Ensino Superior (SINPES), Eduardo Peres Alberto, revelou a OPAÍS que os associados da agremiação que dirige pretendem ver os ISCED transformados em universidades pedagógicas, para que atinjam um paradigma de funcionamento mais universalizado.
“Reconhendo que os institutos são unidades orgânicas com uma série de limitações, era bom que os ISCED fossem mesmo transformados em universidades, porque, deste modo, teríamos um sistema de funcionamento mais universal, ao ponto de se respeitar a universalidade científi ca, em função de uma clara natureza institucional”, explicou o secretário do SINPES, tendo realçado que entre os ganhos imediatos destacar-seia uma categoria avançada.
Para o caso de Angola, Peres Alberto socorreu-se da posição geográfi ca dos institutos de Ciências da Educação de Luanda, Lubango- Huíla e Uíge, para considerar que ganhar-se-ia uma grande oportunidade para resolver as necessidades de formação de formadores para todo o território nacional.
“O facto de os ISCED que nós temos se localizarem um no litoral, outro na parte Sul e o terceiro na zona Norte, constitui uma facilidade para atender às carências de docentes em diversas regiões do país, uma vez que os três podiam albergar estudantes provenientes de qualquer ponto do país, antes de se expandir a referida estratégia”, detalhou.
Por isso, o sindicalista defendeu, igualmente, que se construíssem Campus Universitários para os referidos estabelecimentos do ensino superior, principalmente para este sistema, que os reduz à qualidade de institutos superiores independentes.
Uma outra preocupação do líder do SINPES prende-se com o facto da resposta dessa unidade orgânica ser dúbia, ao ser questionada sobre o nível para o qual são orientados os formados nestes estabelecimentos.
“Ou seja, andamos, há muito tempo a formar quadros no ISCED para lecionarem no nível primário, secundário e superior, impondo-se, ainda, a inevitável questão de os conteúdos didácticos e psico-pedagógicos corresponderem a tais níveis”, salientou Peres Alberto, para quem a situação dos especialistas formados nas faculdades que partem para a docência devia merecer o trabalho psico-pedagógico da Universidade das Ciências da Educação, ainda que para curto ou médio prazos.
Visando justificar tal necessidade, que arriscou designar como “refrescamento pedagógico”, alegou que um seminário do género serviria para dotar de competências psico-pedagógicas um quadro do nível superior que ao longo de toda a sua formação não terá aprendido valências nessas áreas do saber.
Orgânica do Lubango em espaço aceitável
A problemática das infra-estruturas em que funcionam os ISCED, também inquieta a classe sindical. O líder do SINPES recordou que tanto a unidade orgânica do Uíge, quanto a de Luanda, socorrem- se de espaços improvisados e inadequados para esse nível específico de formação.
“Em Luanda, tivemos o longo período em que o ISCED funcionou em salas de construção adaptadas e apertadas, e agora têmo-lo instalado em estruturas de escolas secundárias, na Centralidade do Kilamba, sendo que no Uíge funciona num estabelecimento de ensino cuja natureza não era para tal fim (nível)”, referiu, reconhecendo o do Lubango como sendo o único que herdou infra-estruturas dignas.
Finalmente, o responsável solicitou às entidades de direito para que se adeque a independência do Instituto Superior de Ciências da Educação (ISCED) à necessidade de infra-estruturas de raiz e adaptadas à sua especifi – cidade técnico-académica.