O secretário-geral da Federação dos Sindicatos da Administração Pública, Saúde e Serviços, Custódio Cupessala, afirmou, quarta-feira, 19, que, alcançado o acordo entre o Governo e as centrais sindicais, é chegado o momento de se conter a onda de subida de preços de produtos da cesta básica para fazer face aos 100 mil kwanzas de salário mínimo no desemprego”, receia.
Entretanto, mais do que se praticar os valores acordados em sede de negociação, Cupessala defende a necessidade de o Governo fazer aquilo que qualifica como “esforço”, de modo a conter a onda de subida de preços de produtos da cesta básica. Sem o qual, na visão dele, nada terá valido a pena o acordo alcançado entre as partes.
“Há a necessidade de se contornar a situação das alterações de preços da cesta básica, porque esse salário mínimo de 100 mil kwanzas é para a função pública e o cidadão em geral não tem nenhuma contrapartida nisso.
Mas, se, de facto, o Governo fizer um pouco de esforço e baixar os preços da cesta básica, naturalmente, esse benefício será para todos os cidadãos no país”, reforça.
Ele adverte que esse acordo não deita por terra a luta da sua federação para com a actualização de categorias, na perspectiva de inverter o quadro de assimetrias salariais ainda vigente no regime geral. “Neste momento, está a ocorrer a actualização de categorias.
Olhando para aqueles que são do regime geral, falo, por exemplo, dos que trabalham nos governos provinciais e nas administrações.
Naturalmente, tinham um salário que não passava de 30, 40, 60 mil kwanzas. Hoje, não há diferença entre quem é professor e quem trabalha no governo provincial, desde que tenha formação. Uns atingiram, em termos salariais, a categoria de assessor”, ressalta o responsável.
De acordo com o sindicalista, a sua federação e as centrais sindicais andaram como que desencontrados, porque o memorando deles remonta ao ano 2018, e a luta dos parceiros com quem o Governo alcançou acordo “veio só agora, por isso é que os do regime geral não aderiram à greve”, argumenta.
Em função dessa não adesão à greve, o líder sindical diz ter sido mal visto e, em muitos casos, acusado de inviabilizar o processo grevista a que o país assistiu muito recentemente.
E, neste diapasão, lamenta ter sido mal-entendido por líderes das três sindicais, designadamente UNTA-CS, CGSILA e Força Sindical.
“Eu dizia que ‘nós não devíamos aderir à greve, porque temos um acordo’, que vai até ao dia 31 de Junho”, assinala, assegurando que, nos próximos dias, vai ser feito um balanço do que, até aqui, já foi feito e o que ainda falta por fazer.