O Serviço de Investigação Criminal (SIC), na província do Cunene, pediu este domingo, a colaboração da população na denúncia de crimes de imigração ilegal na fronteira entre Angola e Namíbia, visando o seu combate.
A exortação é do porta-voz do SIC no Cunene, inspector Beloune Carlos, durante a apresentação de dois cidadãos nacionais de 21 a 33 anos, detidos na povoação de Santa Clara, município de Namacunde, por suposto tráfico ilícito de migrantes, de quatro cidadãos de nacionalidade etíopes.
Na ocasião, disse que a população que reside no perímetro fronteiriço, devem denunciar as autoridades locais, crimes do género, uma vez que a imigração ilegal representa um perigo para a soberania.
Segundo o porta-voz, os imigrantes entraram no país, a partir do Aeroporto Internacional 4 de Fevereiro, em Luanda, a 28 de Junho último, onde obtiveram os vistos de turismo e negócio de forma duvidosa por não cumprirem com todos os requisitos exigidos.
Fez saber que de Luanda, seguiram viagem até ao Cunene, numa viatura, a troco de 100 mil kwanzas, na tentativa de emigrar para o território namibiano e, posteriormente, atingirem a África do Sul, cuja acção foi frustrada pelas forças policiais em serviço.
Explicou que trata-se de uma rede devidamente organizada desde o local de origem até Luanda onde obtêm o visto de forma muito fácil e célere, da capital do país saem por terra até Santa Clara, passando por caminhos ilegais para entrar na Namíbia, e, a posteriori, África do Sul.
Esclareceu que as vítimas, encontram-se acolhidas no âmbito dos protocolos dos direitos humanos e, posteriormente, serão entregues aos Serviços de Migração e Estrangeiro, para procedimentos subsequentes.
Beloune Carlos lembrou que este é o quarto caso por tráfico ilícito de migrantes de estrangeiros registado desde Abril último, com um total de 26 vítimas do Bangladesh, Paquistão e da Etiópia com a mesma origem, rota e destino. A província do Cunene partilha 460 quilómetros de fronteira com a Namíbia, sendo 340 terrestres e 120 fluviais.