Decorre a 2ª edição da campanha de cirurgias gratuitas, no Hospital Municipal do Tômbwa, na província do Namibe, com início no dia 18 e término no dia 23 do corrente mês. Para a presente edição, foram registados 60 pacientes, mas só 30 serão operados, porque a actividade filantrópica conta apenas com um médico-cirurgião especializado
Inaugurado em 2022, o bloco operatório do Hospital Municipal do Tômbwa está preparado para cirurgias de pequeno e médio portes, e, no ano passado, começou com uma campanha filantrópica de cirurgias, que vai já na segunda edição.
A capacidade desta segunda edição, que começou no dia 18 de Fevereiro e vai até ao dia 23, é de operar 30 pacientes, mas até ao momento já foram operados 13, com diagnóstico de hérnia (3), queloides (9) e fístula (1).
A directora geral do hospital municipal do Tômbwa, Adelina Capanda, em entrevista ao jornal OPAÍS disse que, até ao momento, a campanha decorre sem sobressaltos, apesar de a paciente com fístula ter apresentando algum constrangimento no quadro clínico, que obrigou a equipa médica a suspender a operação, mas foi retomada posteriormente.
A campanha está a decorrer sob a coordenação de um médico-cirurgião especializado, Dr. Luís Cardoso, três internos, dois instrumentistas, igual número de anestesistas, uma enfermeira intensivista, cinco enfermeiros, quatro pessoais de apoio e uma psicóloga. Apesar de tudo, a maior dificuldade continua a ser a falta de recursos humanos locais, sobretudo de médico especializado.
Por conta disso, vai se juntar à equipa mais um médico, que mostrou disponibilidade em apoiar a campanha. “Esse médico está de férias e vem da província da Huíla”, acrescentou.
Outrossim, apesar de os pacientes não pagarem pela cirurgia, há custos com materiais gastáveis e medicamentos, que dependem da quota financeira alocada no hospital.
“Só para ter uma ideia, cada ampola a ser aplicada antes da cirurgia, num paciente com queloide, custa 20 mil kwanzas”, frisou, Adelina Capanda.
Adelina Capanda referiu que pretendem realizar tais campanhas trimestralmente, em função do número de pacientes que registaram e os que faltam para serem operados, uma vez que depende apenas de um único médico-cirurgião especialista.
Os doentes a serem operados são pacientes que têm herniorrafias, hidrocelectomia, excisão e plastia de queloides, excisão de lipoma, circuncisão, fistulotomia, hemorroidectomia, entre outras patologias.
A directora disse ainda que as hérnias e hidrocélicos, em crianças menores de 14 anos, têm representado maior preocupação para a equipa médica, pelo facto de o bloco não estar preparado para realizar anestesia geral nestas idades, bem como pelo facto de estarem com falta de anestesiologista disponível.
Para ultrapassar a situação têm articulado com o hospital Ngola Kimbanda, aonde os pacientes são encaminhados e operados lá.
Para o êxito das futuras campanhas, Adelina Capanda almeja melhorias na capacidade de diagnóstico e de meios cirúrgicos, assim como a inscrição com maior antecedência dos pacientes, sobretudo os que têm fístula e hérnias.
“Queremos operar até onde for possível, desde que haja disponibilidade de materiais, recursos humanos e financeiros suficientes”, disse.
A terceira fase desta campanha acontece no mês de Julho.