O município do Kuvango dispõe apenas de duas ambulâncias para atender as três comunas, nomeadamente Ngalangue, Vikungo e a comuna sede, com uma extensão de 9.680 quilómetros quadrados. As duas ambulâncias apresentam um avançado estado de degradação.
Segundo o director municipal da Saúde no Kuvango, Cláudio Maria, o sector da Saúde naquele município ainda enfrenta várias dificuldades que vão desde a falta de recursos humanos até à inexistência de algumas especialidades, sobretudo na rede primária.
Cláudio Maria fala da falta de especialistas em Raio X, como uma das principais causas de transferências dos pacientes com traumatismos para os municípios da Matala ou do Lubango, fruto dos acidentes que se registam naquela circunscrição do território huilano, associados aos casos de pediatria e maternidade.
Por outro lado, o interlocutor disse que as duas ambulâncias que o município do Kuvango dispõe, e que estão avariadas, foram adiquiridas em 2011 e, por isso, já não suportam a demanda das 30 unidades que compõem a rede sanitária do município.
Acrescentou que, nesta época do ano, fruto das alterações climáticas marcadas com o início do cacimbo um pouco por todo o país, as doenças respiratórias agudas constituem uma das principais preocupações das autoridades sanitárias no Kuvango.
Por outro lado, a directora do Hospital Psiquiátrico da Huíla, Madalena Francisco, também fala da falta de uma ambulância na sua unidade como um problema.
Apar da falta de meios de transporte, a directora disse que uma das grandes preocupações da sua direcção prende-se com o abandono de pacientes pelos familiares.
Só na semana passada, foram registados oito casos de abandono de doentes, no entanto, desde o princípio do ano, já foram reintegrados 58 doentes no seio familiar.Recentemente, foram entregues, pelo governador provincial da Huíla, aos municípios do Kuvango, Cacula e Lubango, cada uma ambulância.
Destas ambulâncias o INEMA também foi contemplada. O governador, Nuno Mahapi, disse que o Governo vai continuar a prestar uma maior atenção ao sector da saúde, principalmente na rede primária, tendo em conta a sua importância no desenvolvimento social e económico das famílias.
Para o efeito, é necessário que os investimentos sejam canalizados ao sector da saúde, sobretudo no interior da província.
“Os serviços de especialidade estão concentrados no Lubango, por isso precisamos criar as condições de transferência dos nossos pacientes.
É verdade que uma ambulância não satisfaz as necessidades de cada município, mas vamos trabalhar no sentido de criar condições nos municípios para que não seja, num futuro próximo, necessário transferir doentes”, garantiu.
Por seu lado, a representante do Instituto Nacional de Emergências Médicas (INEMA), Caterine Martins, disse que, com a nova ambulância recebida, o INEMA passa a dispor de nove viaturas adaptadas contra as anteriores oito, por isso o atendimento às necessidades poderá conhecer uma nova dinâmica.
Por: João Katombela, na Huíla