A direcção do gabinete provincial da Saúde na Lunda Sul manifestouse, ontem, preocupada com o elevado número de adolescentes e jovens com doenças sexualmente transmissíveis, entre a faixa dos 15 aos 25 anos. Apesar dos esforços da delegação na sensibilização, os números tendem a crescer
Celebrou-se, ontem, 12 de Dezembro, o dia da cobertura universal de saúde 2023, e o Ministério da Saúde organizou uma actividade, em Luanda, com todos os principais intervenientes da saúde, sob o lema “Saúde para todos, hora de agir”.
Na ocasião, o director do gabinete provincial da Saúde na Lunda-Sul, Viega de Almeida, disse que uma das grandes preocupações do sector da saúde naquela província são as doenças sexualmente transmissíveis que afectam maioritariamente a camada juvenil dos 15 anos em diante.
A província faz fronteira com a República Democrática do Congo e, por conta disso, têm estado a trabalhar na prevenção com as populações através dos órgãos de comunicação social, a realizar palestras, no sentido de diminuir a cadeia de transmissão das doenças.
Sem poder avançar dados exactos, o director da Saúde na Lunda-Sul, Viega de Almeida disse que “o número é bastante preocupante, na medida em que são jovens e os de 25 anos têm sido os mais afectados, principalmente com HIV-Sida”, disse.
O projecto “Saúde para todos” tem trazido vários benefícios naquela província, sobretudo na questão da formação de quadros de doentes com malária; as atenções viradas para os ADECOS que trabalham com as comunidades, bem como na distribuição de mosquiteiros e insumos anti-maláricos.
Ainda sobre a malária (que ainda é considerada a principal causa de morte no nosso país), o director da Saúde na Huíla, Paulo Luvangamu, que também se fez presente na actividade, disse que têm desenvolvido trabalhos constantes de saneamento básico, de limpeza, com as administrações municipaislocais entre outras, de modo a reduzir o número de doenças resultante da situação precária destes tipos de cuidados.
Têm na província da Huíla uma cobertura de 5.408 funcionários da Saúde, só a nível do sector público.
“As doenças que preocupam a direcção de saúde da província prendem-se com a malária, doenças respiratórias, pneumonia e doenças diarreicas agudas.
A malária, como sempre, lidera o número de óbitos”, sublinhou. Importa realçar que neste ano, segundo Paulo Luvangamu, apesar de terem tido o registo de mais casos de malária, poucos resultaram em óbitos, porque conseguiram garantir a assistência medicamentosa em todas as unidades sanitárias.
Uíge ainda regista casos de doença do sono
Por outro lado, Kauenaweteko Adelaide, directora da Saúde no Uíge, manifestou a preocupação pelo facto de alguns municípios continuarem acometidos com a doença de tripanossomíase, doença do sono, como Quitexe, Ambuila, Bembe e Songo, e a direcção está a trabalhar no sentido de criar estratégias para colmatar esta situação.
Falou ainda dos casos de doenças crónicas não transmissíveis, especificamente a hipertensão arterial que tem chegado até às unidades sanitárias em estado avançado.
“As doenças crónicas não transmissíveis são doenças silenciosas e, muitas vezes, as pessoas dão pouca importância e não consultam o médico. Chegam às unidades sanitárias em estado avançado e crítico.
Apresentam complicações como as crises hipertensivas e algumas desenvolvem um AVC”, salientou. A ministra da Saúde, Sílvia Lutucuta, reafirmou, durante a actividade, o compromisso nacional pela saúde da criança, da mulher e da luta contra as grandes endemias, bem como o seu compromisso com a expansão gradual da rede de serviços do primeiro nível de atenção, tendo em conta os critérios geográficos, demográficos e de equidade, incluindo recursos humanos e equipamento essencial.