A falta de medicamentos, com destaque para os retrovirais, nas principais unidades de tratamento, como o Hospital Central do Lubango, o Hospital Sanatório e o Hospital Municipal Olga Chaves, está a preocupar os cidadãos que vivem com o Vírus da Imunodeficiência Humana (VIH), que clamam pela intervenção das autoridades sanitárias da província
Os cidadãos que vivem com o Vírus da Imunodeficiência Humana (VIH) na província da Huíla mostram-se preocupados com a escassez de medicamentos usados no tratamento da doença nas principais unidades sanitárias da província.
Um jovem, de 30 anos de idade, que convive com a doença há quatro anos, disse que a falta de medicamentos tem estado a deixar a si e aos demais pacientes em estado de vulnerabilidade, marcado por vertigens e fraqueza.
De acordo com a nossa fonte, que falou sob anonimato, a falha na distribuição dos medicamentos já dura mais de três meses, e sem qualquer informação da parte das autoridades sanitárias da província da Huíla, particularmente do município do Lubango.
“Fui diagnosticado com a doença já há quatro anos, desde lá, fui fazendo controlo, fui recebendo medicamentos, mas, de um tempo a esta parte, volvidos de três meses, que nunca têm medicamentos.
Sempre que chegamos ao hospital, eles dizem que não têm medicamentos e nem sabem quando é que poderão receber. São medicamentos que dificilmente se pode encontrar nas farmácias” disse.
Por outro lado, a nossa fonte informou que os pacientes com VIH dependem dos medicamentos para a sua sobrevivência, e a ruptura que se regista no stock das principais unidades sanitárias que tratam a doença na província pode contribuir para o aumento de casos de morte.
Ainda assim, elogia o programa de corte vertical, que tem permitido a que crianças de mães portadoras da doença nasçam sem o vírus, porém, apela às autoridades a redobrarem esforços no sentido de se inverter o quadro para o bem de todos os pacientes da província da Huíla.
“Diariamente, eles atendem de 20 a 30 pessoas, é uma grande enchente, tem sido muito complicado, porque quando um doente não faz a medicação correcta, ele fica vulnerável a tudo, desde tonturas, diarreias e outras doenças oportunistas.
Queremos também aqui dizer que antes quem tivesse a doença e estivesse grávida não poderia amamentar, mas, graças a Deus, a ciência está avançada, hoje a mãe portadora do VIH pode amamentar, mas, sem os medicamentos, isso se torna quase que impossível”, afirmou.
Gabinete da Saúde garante resolução do problema ainda este mês
A falta de retrovirais nas principais unidades sanitárias da província da Huíla já é do domínio da direcção do Gabinete Provincial da Saúde que, apesar de minimizar a situação, garante resolver o problema ainda este mês, Agosto.
A garantia foi dada pelo director do Gabinete Provincial da Saúde na Huíla, Paulo Luvangamo, tendo acrescentado que o Gabinete que dirige já informou ao Instituto Nacional de Luta Contra a SIDA, que prometeu dar resposta nos próximos dias.
“Não é que tenhamos uma ruptura grande, o que se passa é que não recebemos a quantidade necessária para dar resposta ao número de pacientes que temos. Esta é uma preocupação que já apresentamos ao Instituto Nacional de Luta Contra a SIDA, a informação é também do domínio do Ministério da Saúde”, defende.
Por outra, sustenta que há pagamentos para a aquisição destes medicamentos, como também para os de tratamento de Tuberculose. Referiu ainda que já enviaram viaturas para Luanda a fim de procederem ao levantamento dos mesmos, e que, nos próximos dias, os cidadãos poderão dirigir-se às unidades sanitárias e poderem encontrar os medicamentos.
POR:João Katombela, na Huíla