Contam-se mais de 400 pessoas que fazem parte de um grupo de interessa- dos em viajar para diferentes destinos, no exterior do país, que terão sido burladas pela agência de viagens ‘Palmeiras’, através da venda de falsos bilhetes. No último fim-de-semana, a responsável da agência foi detida, após mais de um mês de queixas dos lesados
Leonilia Madaleine e Teixeira Cristóvão, cidadã angolana, de 34 anos de idade, proprietária da agência de viagens ‘Palmeira Viagens’, foi detida no dia 3 de Agosto, pelo Serviço de Investigação Criminal, em sede de um processo-crime em curso e mediante mandato de captura. Através da sua agência de viagens, situada no Aeroporto Internacional 4 de Fevereiro, é acusada de ter burlado mais de 200 milhões de kwanzas, consubstanciado no facto de a visa- da ter vendido bilhetes de passagem a mais de 400 cidadãos que não conseguiram viajar.
Quando o jornal OPAÍS reportou este caso pela primeira vez tinha conversado com o responsável do grupo de lesados, Lusito Kongo, de 44 anos, que disse que os bilhetes foram, de facto, adquiridos na referida agência, tendo o mesmo, em particular, comprado dois bilhetes para a sua esposa e a filha, mas, durante a realização do check-in, foram confrontados com a informação de que eram falsos. “Quando nos apercebemos disso, demos conta de que não éramos os únicos. Mas, alguns não queriam reclamar.
Eu comprei dois bilhetes a 2 milhões e 700 mil kwanzas, mas, há quem gastou mais, porque tinha urgência em viajar. Uma família gastou mais de 7 milhões de kwanzas com a compra de bilhetes”, reclamou. Na altura, estavam indignados com o facto de a causadora da situação não estar a ser pressionada pelas autoridades, enquanto pessoas as continuavam desesperadas com a resolução do problema que tardava chegar.
Os lesados, várias vezes juntaram-se no Aeroporto para manifestarem o seu descontentamento. Assim, as várias denúncias feitas pelos cidadãos que pretendiam viajar para diferentes destinos no exterior do país, e que foram impedidos de embarcar pelo facto de os seus bilhetes não terem sido validados pelas companhias aéreas TAAG e Air Marrocos, contribuíram para que Leonilia Cristóvão fosse detida.
Palmeiras viagens cria condições de reembolso
O escritório da Palmeiras Viagens permanece fechado e na porta de entrada da agência é possível ler um comunicado sobre o procedimento de reem- bolso, que diz que, em virtude da impossibilidade do embarque dos passageiros, a Palmeiras Viagens oferece a possibilidade de reembolsos. Primeiro, lê-se no documento, o cliente deve solicitar o reem- bolso enviando um email para ppalmeirasviagens@gmail.com ou uma mensagem via whatsapp para o contacto 924233545, com as suas coordenadas bancárias, comprovativo de pagamento e o bilhete de viagem. Depois, a empresa promete enviar uma mensagem de acusação da solicitação do cliente. “Desde já, pedimos desculpas pelo transtorno e esperamos na maior brevidade possível processar aos reembolsos requeridos”, lê-se no comunicado.