Quatro ravinas de grandes proporções estão a ameaçar destruir mais de 50 residências nos bairros Beta, Cacolombolo, Balão e Limitada, no município do Golungo Alto, província do Cuanza-Norte
As ravinas, que variam entre 150 e 300 metros de comprimento e nove e 15 de profundidade, ameaçam desalojar igual número de famílias, bem como destruir outras infra-estruturas A informação foi prestada quarta-feira pelo assessor da administradora municipal do Golungo Alto para a Área Técnica, Anderson Francisco.
Adiantou que as chuvas estão a contribuir para a rápida progressão das ravinas. Acrescentou que a situação das ravinas na municipalidade é muito antiga e já provocou, nos últimos dois anos, a morte de 10 pessoas arrastadas pelas águas, em consequência do desabamento de residências à volta das mesmas.
A administração local, indicou, não tem condições para o realojamento das famílias em zonas seguras por falta de meios. Anderson Francisco prestou esta informação a propósito da visita de trabalho de uma equipa do Ministério da Construção, Urbanismo e Habitação, à cidade de Ndalatando (sede da província) e Golungo Alto, onde constatou o nível de progressão das ravinas.
A equipa começou por constatar uma ravina na Estrada Nacional 120, no morro do Binda, a cerca de 20 quilómetros de Ndalatando, que ameaça interromper a circulação Dondo/Ndalatando.
Avaliou, também, o processo erosivo em rápida progressão no Miradouro, arredores de Ndalatando, que ameaça cortar a ligação entre o bairro e outros, assim como o acesso ao ponto turístico e fonte de água Santa Isabel. No Golungo Alto, o grupo avaliou as ravinas nos bairros Beta, Cacolombolo, Balão e Limitada.
O director do Gabinete Provincial de Infra-estruturas e Serviços Técnicos, Emir Pedro, que acompanhou a equipa, sublinhou que os técnicos constataram a evolução desses processos erosivos e irão trabalhar no sentido de dar resposta à situação.
Segundo Emir Pedro, constituem maior preocupação as ravinas do morro do Binda e do bairro Limitada, no Golungo Alto, pela dimensão e o risco iminente de destruição de residências.
Reiterou a inexistência, por enquanto, de um plano de realojamento das famílias afectadas no Golungo Alto, mas adiantou que o governo está a fazer o levantamento da situação para avaliar o tipo de intervenção a ser feita.
Afirmou que a província tem em marcha um programa de emergência para o realojamento de famílias que vivem em zonas de risco no município do Cazengo.
O programa, com um financiamento de 4 mil milhões de kwanzas de nível central, contempla a construção de 450 casas sociais, na localidade do Quilómetro 11, para a acomodação de mais de 30 famílias desalojadas pelas chuvas, em Ndalatando, em 2022. Informou que a província tem identificado, até agora, 45 ravinas em quase todos os municípios.
A província beneficia, desde meados de 2023, de um projecto de estancamento de quatro ravinas nos municípios de Ambaca e Samba Caju, no âmbito do programa emergencial de contenção e estabilização aprovado pelo Executivo e implementado pelo Ministério da Construção, Urbanismo e Habitação.
Segundo Emir Pedro, este mesmo programa poderá vir a abranger outras localidades da província com processos erosivos críticos.